Jornal Estado de Minas

DESABASTECIMENTO

Rede de saúde em Uberlândia tem dificuldade em reposição de medicamentos

A rede pública de saúde de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, vem enfrentando dificuldades para repor estoque de nove medicamentos. Problemas com fabricação são apontados pela Secretaria Municipal de Saúde como causa do desabastecimento.





Há quatro medicamentos fora do estoque: o antidiabético gliclazida 60 mg comprimido, o antibiótico amoxicilina + clavulanato de potássio 50 mg + 12,5 mg/ml, o broncodilatador salbutamol sulfato 100 mcg/dose aerossol e o  corticoide prednisolona fosfato sodico 3 mg/ml solução.

Entre aqueles com prazo de entrega irregular, conforme comunicação de fornecedores, estão o antidiabético gliclazida 30 mg comprimido, o antibiótico  benzilpenicilina benzatina f/a 1200.000 injetável, o ansiolítico clonazepam soluçao 2,5 mg/ml fr 20 ml solução oral, o diurético furosemida 40 mg comprimido e antitérmico dipirona sódica 500 mg comprimido.

Por meio de comunicado, a Prefeitura de Uberlândia informou ter identificado “impacto advindo da dificuldade da indústria farmacêutica nacional em manter o fluxo de produção de medicamentos diante da escassa oferta de matéria prima importada da China e outros países asiáticos”. Não há previsão de normalização.





A Secretaria Municipal de Saúde reforçou que tem “manejado para que ocorra a prescrição de medicamentos semelhantes disponíveis, bem como mantido contato permanente com os parceiros fornecedores, a fim de garantir que a instabilidade na produção nacional não venha a afetar o atendimento à população”.

Minas Gerais


O desabastecimento de remédios no estado também foi notado pela Sociedade Mineira de Farmacêuticos e pelo Conselho Regional de Farmácias de Minas Gerais.

As entidades informam que há resquícios da crise causada pela pandemia da COVID-19, dificuldades por conta da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a alta demanda por medicamentos.

A escassez atinge fármacos como antibióticos, xaropes, antialérgicos, antigripais e anti-inflamatórios.

Importações


A dificuldade no Brasil está ligada à falta de insumo farmacêutico ativo (IFA), principal ingrediente de um remédio. Apenas 5% do IFA utilizado no território nacional é produzido aqui, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi). O restante é importado, sendo 68% vindo da China.