Jornal Estado de Minas

Monumento de Nossa Senhora do Carmo será inaugurado em Minas

Será neste sábado (16/7), às 16h, a inauguração do monumento da imagem de Nossa Senhora do Carmo, no trevo de acesso à cidade de Carmo do Rio Claro, Sudoeste de Minas, com uma bênção do bispo diocesano, Dom José Lanza Neto, no dia da padroeira.




 
A comunidade verá o resultado de uma campanha em que ela mesma participou com donativos.
 
A imagem já está em Carmo do Rio Claro e foi confeccionada no Recife, Pernambuco, pelo escultor Jeferson Silva de Oliveira, que levou um ano e meio para fazer o trabalho.
 
A inauguração da imagem estava marcada para acontecer em 2021, em comemoração aos 210 anos daquela que é uma das mais antigas paróquias do interior do Estado, fundada no dia 2 de novembro de 1810, por decreto do então príncipe regente Dom João VI, a quem cabia erguer canonicamente paróquias no Brasil.
 
Mas veio a pandemia e os planos tiveram que ser adiados para agora.
 
A ideia de colocar a imagem da santa no trevo nasceu de uma conversa dos padres Michel Donizetti Pires, Júlio César Agripino, Hudson Ivan Teixeira e  Juliano Vasconcelos com o historiador Junio César Oliveira Martins, Coordenador Geral de uma comissão que foi formada para trabalhar, em 2019.




 
Nascia ali o projeto Mãe que Acolhe. Foram distribuídos envelopes para donativos da comunidade.
 
À época foram arrecadados R$ 76 mil, dinheiro que dava para tocar o projeto.
 
“O que importa para a gente foi a resposta de carinho dado pelo povo”, disse o historiador Juninho.
 
Foi quando o escultor Jeferson de Oliveira foi contatado e topou o desafio.
 
Foi procurada a arquiteta Maria Carolina Alves Melo Lacerda para fazer o pedestal.
 
Ela também aceitou enfrentar o desafio. O pedestal tem os hologramas A.M., entrelaçados, que querem dizer Ave Maria, palavras que o Anjo Gabriel anunciou a Maria, quando ela foi informada que seria a mãe do Salvador.
 
O pedestal tem quatro metros e a imagem, três metros de altura, totalizando sete metros.
 
O tamanho, explica o historiador Junio Martins, o Juninho, não é à toa. “O número 7 aparece na Bíblia em várias passagens: no milagre dos 7 pães e peixes. O 7 também é a cor do arco-íris e tem uma simbologia cristã muito  forte”, conta.




 
Juninho conta que o escultor a fez em argila, esculpida no barro terracota. O peso da imagem é de 900 quilos.
 
Foi quando surgiu outro desafio: buscar a imagem. Mais uma vez, a solidariedade e o espírito de união contaram na comunidade carmelitana. Uma empresa e um grupo de pessoas toparam buscar a imagem em Recife, sem custos para a paróquia.
 
A viagem durou 8 dias até que a imagem do monumento chegasse a Carmo do Rio Claro, e lá é mantida guardada para ser desvendada para os fieis apenas no sábado, na hora da bênção.
  

História

 
Juninho conta que, como o núcleo de povoação começou por volta de 1840, os primeiros bandeirantes vieram nas regiões das minas, São João del Rei, toda aquela região, trazendo a devoção a Nossa Senhora do Carmo, uma devoção muito antiga, talvez uma das primeiras devoções marianas do mundo.
 
“Portugal tem muita devoção com a santa e a espalhou em toda Minas Gerais, especialmente com o ciclo do ouro, então eles ficaram na região, muito provavelmente por causa da Serra da Tormenta, que pensaram ser uma fonte de extração de minérios, e aqui fizeram morada erguendo uma primeira capela, que é o que nós temos de registro, dedicada a Nossa Senhora do Carmelo, que é Nossa Senhora do Carmo.
 
Na Arquidiocese de São Paulo tem o registro da população pedindo que fosse criada uma paróquia, isso pelos idos de 1880, porque a população da época não conseguiria manter o padre em Carmo do Rio Claro".