Jornal Estado de Minas

DIVINÓPOLIS

Alta do diesel pressiona circulação de ônibus em Divinópolis


Pressionado pela alta do diesel, o Consórcio Transoeste, que detém a concessão do transporte público em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, ameaça racionar o serviço com diminuição de frota se não houver providências da prefeitura. A companhia quer a autorização do reajuste da tarifa ou o custeio total por parte do Executivo municipal.



O combustível nas refinarias da Petrobras subiu 14,2% na última sexta-feira (17), passando de R$ 4,91 para R$ 5,61. Com isso, os postos de Divinópolis elevaram o preço médio do diesel para R$ 7,89. O aumento foi classificado como "irresponsável" e "absurdo" pelo Consórcio Transoeste.


“É necessário aumento da tarifa ou do custeio dos serviços. O diesel subiu mais de 50% em seis meses. É um absurdo”, manifestou-se, por meio de nota, o grupo formado por cinco empresas.

O Consórcio Transoeste garante que oficializou um pedido à Prefeitura de Divinópolis, que, por sua vez, diz não ter recebido nenhum ofício para discutir novo subsídio dos combustíveis.

Subsídio


Após dois anos sem reajuste no preço da passagem de ônibus e com o diesel acumulando alta de quase 100%, Divinópolis aprovou, em março de 2022, subsídio para o transporte público. Já foram pagas três parcelas, totalizando um repasse de R$ 1,28 milhão.




Embora o subsídio seja parcial, a lei sancionada permite o custeio integral levando em consideração os recursos orçamentários existentes, limitado ao correspondente das gratuidades, conforme registro em planilha elaborada nos termos definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) - hoje, de R$ 657.360 mês.

Tarifa


O Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) aprovou, em dezembro de 2021, aumento de 47% da tarifa de ônibus, passando de R$ 4,15 para R$ 6,09. Contudo, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) barrou a mudança.

Para obrigar o município a conceder o reajuste, o Consórcio Transoeste acionou a Justiça. Com a aprovação do subsídio, houve acordo para que o processo não fosse levado adiante.


Porém, diante das novas altas, o Transoeste condiciona a operação normal do serviço ao custeio integral ou autorização do reajuste tarifário. "Há riscos de racionamento dos serviços se não houver recomposição da prefeitura", alertou em nota.

O consórcio não impôs data, mas disse que as medidas a serem tomadas dependerão do posicionamento da Prefeitura de Divinópolis

*Amanda Quintiliano especial para o EM