Jornal Estado de Minas

BELO HORIZONTE

'Não avançou nada': greve dos professores da rede particular continua


Reunião nesta quarta-feira (8/6) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) determinou a continuidade da greve dos professores, iniciada na segunda-feira (6/6).

De acordo com Newton de Souza, diretor do Sindicato dos Professores do Estado de Minas (Sinpro MG), a negociação "não avançou nada".



Na próxima segunda-feira (13/6), às 10h, haverá nova rodada sobre a continuidade do movimento na ALMG .

Segundo Newton de Souza, foi discutido nesta quarta-feira, além do reajuste de 5% proposto, mais 1% em outubro.

Os professores reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada (19,7%) e um ganho real de 5%, bem como manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e regulamentação do trabalho virtual.

Newton ressaltou que há um desejo de que as frentes envolvidas na causa se "dividam", fazendo com que o movimento perca força.

"Estão tentando dividir a nossa convenção, fazer uma para o curso superior e outra pata os demais. Mas a gente acha que isso não cabe, porque todo mundo é professor, os direitos sociais são comuns. Assim fica mais difícil preservarmos os direitos, com a própria categoria se dividindo".




O Sinpro MG acionou o Ministério do Trabalho com um pedido de dissídio de greve - quando ocorre a suspensão coletiva do trabalho e são propostos, em geral, pelos empregadores.

"Solicitamos que o Tribunal Regional do Trabalho faça a mediação. A partir da definição, nós podemos aguardar uma audiência e ver qual será a avaliação sobre nossas reivindicações. O objetivo da greve é que haja esse julgamento, uma vez que não conseguimos acordo com os donos de escolas diretamente. A greve é essencial para o dissídio, pois, sem ela, somente por comum acordo, e ele não existe", argumentou Newton.


Baixa adesão


A greve teve início na segunda-feira (6) com baixa adesão. De acordo com Thais D'Fonseca, presidente interina do Sinpro MG, cerca de 30% aderiram ao movimento. "Temos avaliado desde o início do movimento uma forte ofensiva das escolas sob os professores", disse.





"Somente neste ano, algumas escolas reajustaram o preço das mensalidades em média de 14%. Diante desta situação das escolas já estarem normalizadas, com aumento nas mensalidades, compreendemos que a nossa recomposição é mais que justa", complementou a presidente.

Em nota, o Sindicato dos Professores de Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe MG) esclareceu que a greve não deve continuar no período de negociação devido ao compromisso com as famílias e alunos.

Segue o trecho:


"No que diz respeito ao indicativo de paralisação das atividades dos professores pelos seus representantes, o SinepeMG entende que ele não se aplica e nem faz sentido durante o processo de negociação. Neste período, naturalmente, por causa do contexto conhecido que nos trouxe até aqui, o debate e o diálogo necessitam de um tempo maior do que o normal para que as decisões aconteçam e se estabeleçam de forma equilibrada. Não podemos colocar em risco a manutenção das instituições particulares de ensino que são, verdadeiramente, as fontes dos empregos e da prestação de serviços educacionais aos estudantes e às suas famílias.

Agradecemos o comprometimento, especialmente, dos professores, bem como dos gestores e de todos os profissionais das nossas instituições. Todos, de forma madura, entenderam o momento e estiveram efetivamente envolvidos para que continuássemos atendendo o nosso público, independente do indicativo de paralisação. As instituições particulares de ensino possuem uma pontual e consolidada cultura de planejamento para lidar com essas e outras intempéries."