Jornal Estado de Minas

EDUCAÇÃO

Professores da rede privada de BH podem entrar em greve na terça-feira (24)

Os professores das escolas particulares de Belo Horizonte vão paralisar as atividades na próxima terça-feira (24/5). No dia, ocorrerá uma assembleia que vai discutir a proposta apresentada pelas escolas, de reajuste salarial de 5%. A categoria reivindica reposição de 25,23%, referente à inflação acumulada desde 2020 com 5% de ganho real.




 
 
 
A última reunião entre o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG) e o Sindicato das Escolas Particulares (Sinep-MG) ocorreu nessa terça-feira (17). A negociação não progrediu. As discussões sobre salários começaram em março, mas, até agora, professores e escolas não chegaram a um acordo.
 
Além do reajuste abaixo da inflação, os professores rejeitaram o que consideram perdas de direitos – como a separação do acordo coletivo dos professores de ensino básico e do ensino superior, que hoje é realizado em conjunto.
 
Clarice Barreto, diretora do Sinpro, informou que existe a possibilidade de aprovação da greve na assembleia. A diretoria do sindicato vai se reunir na segunda-feira para fechar as propostas que serão apresentadas à categoria.




 
A assembleia está marcada para as 10h, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ao fim, ocorrerá uma manifestação dos professores no Centro da capital.
 
O acordo coletivo envolve professores da rede privada da regional de Belo Horizonte, que inclui centenas de cidades, como Conselheiro Lafaiete, Ouro Preto e Viçosa. 
 

Negociação

Em nota, o Sinepe afirma que “chegaremos a um bom termo nessas negociações, com todas as partes sendo contempladas, de forma equilibrada, quanto às nossas demandas, limitações, necessidades e expectativas de sustentabilidade e desenvolvimento contínuos.”
 
O Sindicato das Escolas Privadas de Minas Gerais ressalta que 90% das escolas que representa são micro e pequenas empresas, que foram duramente afetadas pela pandemia. Por isso, a “gestão de custos e recursos” exigem “atenção redobrada”.




 
A entidade conclui a nota afirmando que “temos, historicamente, anos de ótimas negociações que permitiram o desenvolvimento de nosso segmento educacional, de forma a permitir a prosperidade dos profissionais e das instituições de ensino, no nível do reconhecimento de Minas Gerais como um estado de excelência educacional”.

Paralisação das escolas

A Escola da Serra enviou, hoje, um comunicado aos pais informando que as aulas na próxima terça-feira (27) estão suspensas por causa da paralisação. A escola informou que o dia será reposto em um sábado letivo. O Colégio São José, no Bairro Floresta, também informou que não haverá funcionamento na data.

Nos colégios Santo Agostinho e Sagrado Coração de Jesus e nas 13 unidades do Colégio Santa Maria, as aulas estão mantidas.

O Colégio Santo Antônio ainda não tem informações sobre uma possível paralisação.




 

Opinião dos pais

A última vez que os professores de escolas particulares de Belo Horizonte e região entraram em greve foi em 2018. À época, os pais dos alunos se dividiram em apoiar as reivindicações dos educadores e protestar contra as escolas que não ofereceram o volume de aulas previsto em contrato.

Na ocasião, a paralisação durou 10 dias e os professores também pediam, dentre outras reivindicações, um reajuste salarial superior ao proposto pelas escolas.

A preocupação de muitos pais em 2018 se repete diante da possibilidade de nova greve: não ter onde deixar os filhos durante o período de trabalho. Há quatro anos, houve também iniciativas isoladas de pais que ameaçaram processar as escolas por quebra no contrato de prestação de serviço, já que as aulas foram paradas em muitos colégios.

Até o momento não há manifestação organizada dos pais de alunos de escolas particulares. Em grupos nas redes sociais, a paralisação da terça-feira divide opiniões.

“Super a favor da manutenção de direitos e valorização dos educadores”, escreveu uma mãe em um grupo ao qual o Estado de Minas teve acesso. Há também comentários mais preocupados como: “Escolas deveriam entrar em acordo logo com os professores para termos menor impacto sobre a educação de nossos filhos. Acho que eles foram bem prudentes em não iniciar a greve logo de cara”.