Ambientalistas e cerca de 15 estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ocuparam, nesta sexta-feira (13/5), a entrada da mineradora Gute Sicht, no Bairro Taquaril, na Região Leste de Belo Horizonte, para protestar contra a atuação da empresa na região, sobretudo na Serra do Curral. Por meio do movimento chamado de “Coletivo, Ah, é lixo!?”, eles exigiram explicações do poder público a respeito das ações de preservação ao meio ambiente.
Vários dos integrantes já atuam na causa que tenta barrar a licença da mineradora Tamisa de atuar em um dos cartões-postais de Belo Horizonte. Nesta semana, a Justiça de Minas negou o recurso do Ministério Público para tentar barrar a mineração no local, o que provocou críticas de vários ambientalistas.
Desta vez, o protesto é para pedir que a Gute Sicht tenha ações de apoio à população do Taquaril. “Foi uma iniciativa dos estudantes da UFMG, que tentaram fazer um protesto de forma mais ampla pela Serra do Curral, mas também para gerenciar a Gute, que opera a região por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta. Propomos uma revisão disso, porque não há autorização da prefeitura de Belo Horizonte e nenhuma medida de apoio à população que está a apenas 200 metros”, explica o engenheiro ambiental e mestre em sustentabilidade, Felipe Gomes, um dos líderes do movimento.
“Percebemos várias irregularidades de caminhões carregando minério acima da capacidade. Eles já exercem a atividade na Serra do Curral, não têm nenhuma iniciativa de apoio à comunidade nem abordam nenhuma questão relacionada à flora e a fauna”, ressalta o ambientalista
A licença para a mineradora exercer a atividade foi emitida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad) em março de 2021. A empresa precisou passar por um processo de regularização e celebrou, com a Superintendência Regional de Meio Ambiente Central e Metropolitana (Supram CM), dois meses depois, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que lhe permite minerar nos contrafortes da Serra do Curral, na área da Serra do Taquaril, entre Belo Horizonte e Sabará.
A área fica a apenas 350 metros de uma das cavas que a Tamisa quer abrir, bem próximo à caverna de máxima relevância espeleológica para o conjunto da serra.
Na semana passada, em nota enviada ao Estado de Minas, a Gute Sicht afirmou que tem autorização dos órgãos responsáveis para seu pleno funcionamento mediante documentação e estudos ambientais apresentados ao governo do estado.
“Além de passar por rigoroso plano de controle ambiental, foi feito um amplo estudo denominado EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e seu consequente Relatório de Impacto Ambiental). Portanto, a empresa não está localizada em nenhuma área que impacte na flora, fauna e cursos d’água da região. Reafirmamos que nosso empreendimento está inteiramente de acordo com as leis e normas vigentes e nossa atividade está em conformidade com as exigências necessárias.”