Jornal Estado de Minas

MINERAÇÃO LIBERADA

Serra do Curral: ativistas apontam autoritarismo em reunião do Copam

A decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) em liberar a exploração de mineradora na Serra do Curral, em Nova Lima, na divisa com Belo Horizonte, na madrugada deste sábado (30/04) está sendo duramente criticada por ativistas e manifestantes que defendem a preservação da serra.





 

A arquiteta Cláudia Pires, ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), esteve presente na reunião e ficou até a decisão final. 

 

“Fizeram uma inversão de pauta. Primeiro, íamos nos manifestar contra a instalação da mineradora e realizar a votação, mas o presidente da reunião inverteu e colocou outras pautas primeiro, tentando desmotivar as manifestações contra a liberação da mineração na serra. Muita gente queria falar, mas o presidente controlou a sala de forma muito autoritária e poucas pessoas foram ouvidas.”

 

A vereadora Duda Salabert (PDT) também acompanhou a reunião virtual e apontou irregularidades na votação.

 

“As operações feitas pelas mineradoras no estado são idênticas aos acontecimentos de ontem. São processos ilegais, imorais e com poder econômico que influencia diretamente os votos dos conselheiros, que estão diretamente ligados ao projeto minerário que foi aprovado.”





 

Duda apontou que a exploração da Serra do Curral fere as leis de uso e ocupação de Nova Lima. “Mesmo assim, o poder econômico foi mais forte que a legalidade e o interesse popular.”

 

Claúdia também garante que a sociedade não ganha nada com a exploração da serra. “Isso só atende ao setor da mineração, setor econômico privado.” 

 

Pelas redes sociais, muitas pessoas se manifestaram contra a mineração na Serra do Curral.

 

 

 

 

 

 

 

Mesmo com a aprovação do Copam, Cláudia garante que os representantes da sociedade que se manifestaram contra a liberação da mineração na serra não desistiram.

 

“Existe uma ação civil pública no Ministério Público de Minas Gerais contra a ação. A sociedade civil e todos os públicos que participaram da reunião não vão desistir por causa dessa votação. Vamos recorrer e lutar contra.”





 

Duda Salabert afirmou que uma reunião de emergência já foi marcada para discutir as próximas ações contra o processo. 

 

“Vamos acionar a justiça a fim de anular a reunião de ontem, já que existem evidências de irregularidades nela e vamos também tentar aprovar na câmara uma CPI para averiguar o motivo de Belo Horizonte não ser consultada e o motivo da prefeitura de BH ter se mantido em silência sobre o assunto, tanto no governo Alexandre Kalil quanto no de Fuad Noman.”

 

Uma manifestação está marcada pelo movimento Praia da Estação para este sábado (30/04), às 11h30, na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte.