Jornal Estado de Minas

SEM PREVISÃO

Greve dos metroviários completa 22 dias e é a segunda maior desde 2012


O metrô de Belo Horizonte completa 22 dias de greve nesta segunda-feira (11), e não há previsão de retorno do funcionamento nos horários de pico. Após a decisão no dia 21 de março, o transporte opera com horário reduzido, das 10h às 17h, sendo a maior paralisação dos metroviários da capital mineira desde 2012.





A última assembleia, feita na quarta-feira (6) aprovou, em unanimidade, a continuidade da greve. A categoria protesta contra a privatização do metrô de BH, e solicita a manutenção da estabilidade dos cargos ou a realocação dos funcionários em outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbana (CBTU) pelo país quando for concedido à iniciativa privada.

A greve é a maior desde 2012, quando os metroviários interromperam as atividades por 39 dias, entre 14 de maio e 20 de junho. Até o momento, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) não conseguiu resposta do Governo Federal, responsável pela privatização.

Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2021, a categoria fez paralisação durante 17 dias. Na época, foi determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a escala mínima no metrô, de 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h. Houve também dois dias de suspensão total das atividades.





O Sindimetro informou que, somente a direção da CBTU, quis condicionar a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o que não foi aprovado pela categoria, já que a paralisação não está associada ao ACT, mas sim ao futuro dos 1,6 mil servidores metroviários concursados.

A empresa permanece criticando o horário de funcionamento decidido pela categoria. A paralisação influencia na lotação dos ônibus da cidade, principalmente nos horários de pico. Segundo a CBTU, 70 mil passageiros de Belo Horizonte são afetados nos dias úteis.

Em decisão do (TRT), junto à companhia, foi estabelecido uma multa diária de R$ 30 mil aos trabalhadores em greve. O valor total estipulado é de R$ 660 mil. O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CCPI) propôs manter, após a concessão, os postos de trabalho por 12 meses, o que os metroviários consideram insuficiente.

Em nota, a CBTU afirma que está tomando todas as medidas judiciais e administrativas para suspender o movimento paredista. Além disso, a companhia frisa que o processo de desestatização não é de sua responsabilidade, já que é conduzido pelo Ministério da Economia e do Desenvolvimento Regional.