Jornal Estado de Minas

CRIMES EM JUIZ DE FORA

Desentendimentos são apontados como causa de homicídios em Juiz de Fora

Desentendimentos foram as causas iniciais de três casos de homicídios e tentativa de homicídio em Juiz de Fora. Os crimes ocorreram nos últimos 15 dias na cidade da Zona da Mata mineira e estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios. 



 
Um dos casos foi o assassinato de um rapaz de 22 anos no Bairro Retiro, na Zona Leste da cidade, no dia 27 de março. Segundo o chefe da Delegacia de Homicídios, Rodrigo Rolli, o autor do crime é um homem de 31 anos. Ele foi preso em flagrante horas após o homicídio. No entanto, na convesa com os policiais civis, alegou legítima defesa. Para Rolli, essa versão não se sustenta. 
 
"A ocorrência policial fala de uma possível legítima defesa. Estamos intimando para hoje e amanhã as testemunhas, e requisitando o autor, para desconstruir a ideia de legítima defesa. O autor alega que foi alvo de tentativa de homicídio dias antes do crime, mas não registrou ocorrência. E passa a andar armado e, dentro de um estabelecimento comercial, entra em desentendimento com a vítima e atira contra ela", relatou o delegado. 
 

Mulher morta a pauladas

Uma moradora de rua foi encontrada morta no dia 20 de março, sob o viaduto Augusto Franco, no Bairro Poço Rico, centro de Juiz de Fora. A vítima, de 40 anos, foi assassinada a pauladas.




De acordo com Rolli, era uma pessoa que tinha desentendimentos com pessoas da região. 
 
"Esse é o caso mais complexo, tendo em vista todo o contexto da própria vítima. É uma moradora de rua, envolvida com possível prostituição e, além disso, uso de substância entorpecente. É uma pessoa agressiva, tendo vários desafetos. Esse é o direcionamento da investigação da Delegacia de Homicídios. Vai demorar cerca de duas semanas para chegar ao autor e ao possível mandante", explicou o chefe da Delegacia de Homicídios. 
 
Outro desentendimento que terminou em crime ocorreu em frente à quadra da escola de samba Real Grandeza, na Zona Leste da cidade. Um homem de 23 anos foi baleado no dia 26 de março durante um evento que ocorria na quadra da escola.

Segundo a Polícia Civil, a vítima começou a discutir com um dos seguranças do evento. Depois do bate-boca, o segurança sacou a arma e atirou em direção ao rapaz. 
 
"Trata-se de uma confusão que, inicialmente, ocorreu na porta do evento que estava acontecendo no local. O próprio autor alega, em depoimento, que a vítima teria reagido a uma determinação dele, causando essa confusão e, no momento de uma suposta tentativa de agressão da vítima para com o autor, ele acabou desferindo os disparos. Alegando, dessa forma, legítima defesa", explicou o delegado. 



 
Rolli ainda disse que nos próximos dias a investigação vai avançar. A Delegacia de Homicídios vai buscar informações junto ao organizador do evento para saber a respeito da contratação do segurança e também oficiar a Prefeitura de Juiz de Fora para saber se o evento tinha liberação para ocorrer. 
 

Homicídio e tentativa de homicídio por tráfico de drogas

O único caso que foge à regra dos outros que ocorreram nas últimas semanas em Juiz de Fora foi o homicídio e a tentativa que ocorreram no Bairro Vila Esperança 2, na Zona Norte de Juiz de Fora.

Um homem de 26 anos foi assassinado e outro, de 19, baleado dentro de um bar, no dia 20 de março. Duas pessoas participaram do crime.

"Começamos a identificar um problema de tráfico de drogas. Dias antes, os dois autores foram vítimas de tentativa de homicídio. Mas não registraram ocorrência e partiram para vingança privada. No dia 20, os dois foram até o bairro, surpreenderam as duas vítimas, sendo que uma veio a óbito no local e a outra está internada. Nossa equipe de investigadores já identificou os suspeitos. Dois menores já confessaram o crime. E dois maiores estão sendo investigados na participação do crime", declarou o investigador Anderson Gibi. 



 
Para o delegado Rodrigo Rolli, esses casos preocupam por envolver questões sociais como moradores de rua e o tráfico de drogas. 
 
"É preocupante, primeiro, a questão do morador de rua e, segundo, o tráfico de drogas. Mas é preocupante a partir do momento que há um aumento . O que a gente gosta de ressaltar é que a Delegacia de Homicídios pegou esses últimos casos ocorridos em Juiz de Fora para mostrar à sociedade que 75% dos casos estão resolvidos. Deixar bem claro que a Delegacia de Homicídios tem que demonstrar à cidade o nosso serviço", finalizou o chefe da Delegacia.