Jornal Estado de Minas

PROTESTO

Nova Lima: empresários protestam contra veto a eventos fechados no carnaval

Uma manifestação articulada pelo Fórum das Entidades Representativas do Setor de Eventos em Nova Lima, na Grande BH, pede a liberação de festas com venda de ingresso e bebidas alcoólicas na cidade durante o carnaval. 





Acompanhados por um trio elétrico, os manifestantes se reuniram no Bicame, no Bairro Olaria, onde empunharam faixas e cartazes com os dizeres "Precisamos trabalhar" e "Exigimos respeito". O ato contou também com a presença de personagens fantasiados, como foliões em luto pelo cancelamento da folia.

O grupo enviou ainda uma carta com reinvindicações do movimento ao prefeito João Marcelo Dieguez (Cidadania). O documento foi protocolado pelo vereador Danúbio Machado (Cidadania).

Empresários do setor de eventos questionam proibição de festas com bilheteria e álcool, enquanto bares, restaurantes, casamentos e formaturas estão liberados (foto: @ton_nettos/Divulgação)
"O setor de eventos vem planejando o carnaval há meses. Cachês de artistas foram pagos, salários foram adiantados, salões foram alugados. Ou seja: houve um investimento muito grande para a folia. Trabalhadores e suas famílias contam com essa renda. É totalmente absurdo e descabido que a prefeitura, 20 dias antes do carnaval, simplesmente suspenda a festa - e apenas esse tipo de festa", queixa-se Karla Delfim, vice presidente do Sindicato da Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras Congressos e Eventos de Minas Gerais (Sindprom-MG).  

Os eventos com bilheteria e comercialização de álcool estão foram proibidos no município no período de 18 de fevereiro à 2 de março por meio do decreto municipal 12.017/2022, como esforço de contenção ao avanço da variante Ômicron do coronavírus. Apenas comemorações sociais, como casamentos e formaturas, com até 600 pessoas, estão autorizados, livres de exigências como cartão de vacinação e teste negativo de COVID-19. Para esta modalidade, o consumo de bebidas também está liberado. 

Acompanhados por um trio elétrico, manifestantes protetaram contra decreto municipal que restringe festas no carnaval em Nova Lima (foto: @ton_nettos/Divulgação)
"É uma incoerência enorme, pois o jovem que vai ao baile de formatura é o mesmo que vai a shows, o mesmo que frequenta bares, restaurantes e praças de alimentação de shopping, que continuarão abertos. Não temos problema nenhum em cumprir protocolos. Nossa proposta é, inclusive, que os eventos privados com bilheteria cobrem o comprovante de vacinação do cliente. Agora, se o prefeito acha que o vírus vai frequentar Nova Lima só na semana do carnaval, então que decrete um lockdown e feche tudo. Não faz sentido o preconceito contra um só tipo de evento",  questiona Delfim

A dirigente ressalta ainda que o setor de eventos foi um dos mais sacrificados na pandemia, com 18 meses de atividades suspensas, e que, atualmente  sobrevive com poucas perspectivas em decorrência de investimentos perdidos desde 2020. 





O que diz a prefeitura

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Nova Lima afirmou que as restrições fixadas pelo Decreto 12.017/2022 entre os dias 18 de fevereiro e 2 de março, por ora, estão mantidas. 

"Essas medidas, associadas à forte fiscalização no período citado, são uma tentativa da Prefeitura de Nova Lima de coibir a movimentação de foliões em todo o território", diz a nota enviada à reportagem. 

Leia o comunicado na íntegra

"A Administração Municipal informa que, ontem (15/2), em reunião com sete representantes dos produtores de eventos ficou acordado que o grupo enviaria uma carta de intenções da indústria para a Prefeitura de Nova Lima.





Por fim, a posição da Prefeitura sobre o carnaval permanece o que consta no Decreto 12.017/22, ou seja, excepcionalmente durante o carnaval, entre os dias 18/02 e 02/03, estará suspensa a concessão de alvarás para a realização de eventos públicos ou particulares em todo o município. Ficam ressalvados eventos sociais, como casamentos, aniversários, formaturas e outros que não se caracterizam pela ocorrência de venda de ingressos e comércio interno de bebidas e alimentos. Essas medidas, associadas à forte fiscalização no período citado, são uma tentativa da Prefeitura de Nova Lima de coibir a movimentação de foliões em todo o território."