Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS

COVID-19: BH inicia vacinação de crianças entre 5 e 11 anos

Belo Horizonte iniciou neste sábado (15/01) a vacinação contra a COVID-19 entre crianças de cinco a 11 anos de idade. Em um primeiro momento, por conta do número de doses disponíveis no momento (10.800), serão contempladas crianças com comorbidades ou deficiência permanente, indígenas, quilombolas, acamadas ou com mobilidade reduzida.





 

Neste sábado, primeiro dia de imunização, a vacinação foi feita, exclusivamente, em Centros de Saúde, das 8h às 14h. Nesta manhã, a reportagem do Estado de Minas esteve no Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família, na Região Leste da cidade belo-horizontina.

 

A movimentação foi tranquila, e o centro até remanejou a área de aplicação de doses para atender ao novo público. Yago Araújo, de oito anos, não foi tão firme em dizer que a injeção não doeu.

 

"Não doeu, eu estava ansioso", disse, antes de retificar e dizer que a vacina "doeu um pouco".

 

Yago Araújo com a mãe, Pâmela, após a vacinação da criança (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
A mãe, Pâmela Araújo, de 24, disse que a vacinação foi rápida e elogiou a equipe de atendimento. "Foi boa, bem rápida. Chegamos, apresentei os documentos e logo vacinou. Depois, espera uns 20 minutos para ver se tem uma reação imediata, e acabou".





 

Outro destemido foi Rodrigo Martins, de dez anos. A criança saiu do centro de saúde com um cartaz exaltando a vacina e o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que a aplicação não doeu.

 

"Não senti nada, e já quero voltar logo para tomar outras", disse. A segunda dose deste grupo está agendada para 23 de março deste ano.

 

A mãe, Andressa Pereira, de 30 anos, também afirmou que não titubeou ao levar o filho para se vacinar. "Eu estava muito ansiosa, nós acreditamos na vacina, eu já tomei duas e estou com a de reforço para tomar, então é motivo de alegria. E aqui foi muito bom, brincaram com o Rodrigo, foi ótimo".

 

Lara Salustiano, de seis, foi mais tímida e se queixou. "Doeu", disse, ao ser perguntada sobre o que achou de tomar a vacina.

 

A mãe, Fernanda Monteiro, de 37, se considera um pouco mais aliviada e agora se sente segura para que Lara retorne às aulas presenciais. "Foi muito bom, a equipe foi ótima, a gente fica com menos tensão agora. Agora, vou comprar o material escolar para ela voltar presencialmente", disse.





 

Gabriela Meireles com o pai, Gabriel, e a mãe, Daniela (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Outra criança que saiu com cartaz em mãos e orgulhosa foi Gabriela Meireles, de sete anos. Ela diz que não queria sair de casa hoje, mas que tudo bem se fosse para se vacinar. “Mais ou menos”, respondeu, quando perguntada se a vacina doeu.

 

A mãe, Daniela Lisboa, de 39 anos, também estava com expectativa alta e, segundo ela, teve uma experiência perfeita. “Foi perfeito aqui, pessoal atendeu a gente muito bem, ambiente todo caracterizado, lúdico mesmo, e as crianças adoraram, puderam desenhar. Foi bom bom”.

 

A vacinação contra a COVID-19 entre crianças de cinco a 11 anos de idade em BH aconteceu somente quase um mês depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a imunização dessas faixas etárias. A aplicação de doses em crianças dessas idades foi alvo de críticas de Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, e seus apoiadores que, sem provas concretas, questionaram o quão seguro era vacinar crianças contra o coronavírus.





 

Paulo Roberto Lopes Corrêa, diretor de Programação em Saúde e Segurança Epidemiológica da Prefeitura de BH, garantiu que as vacinas são seguras. Ele também explicou que o período de 20 minutos de agurado nos centros após a vacinação é uma recomendação, para que as crianças tenham um bom início de pós-imunização.

 

"A gente quer tranquilizar os pais e as crianças que estamos usando os imunizantes seguros, aprovados, e cientificamente comprovados. É um momento importante para a cidade, e é fundamental que as pessoas continuem tomando os cuidados necessários, como procurar vacinação e usar máscaras de protação. O tempo de espera não é obrigatório, e é mais para acompanhar como as crianças recebem a vacina, contando neste caso com o auxílio dos responsáveis", afirmou, ao Estado de Minas.

 

A expectativa é de que as 10.800 doses ainda sobre para segunda-feira (17) e terça-feira (18). Nestes dias, além do atendimento que já ocorreu neste sábado, haverá um foco na aplicação da vacina em crianças acamadas. Somente depois, com a disponibilidade de mais doses, é que se planejará a imunização pela idade nesta faixa etária.





 

Minas Gerais recebeu, na manhã dessa sexta-feira (14), do Ministério da Saúde, a primeira remessa da vacina infantil da Pfizer/Comirnaty, com 110 mil doses - Minas tem 1,8 milhão de crianças nesta faixa, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP). A distribuição aconteceu durante a parte da tarde, e algumas cidades iniciaram a imunização no mesmo dia em que receberam as doses.

 

Belo Horizonte, capital mineira, alterou seu modus operandi para vacinar as crianças neste sábado. Isso porque era praxe que o município belo-horizontino demorasse dois dias após o recebimento das doses para iniciar a imunização, o que agora durou menos de 18 horas.

 

É necessário apresentar documentação, como comprovante de endereço e caderneta de vacinação, para vacinar a criança (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Segundo a Prefeitura de BH, “este prazo é necessário para conferência e distribuição das doses aos locais de vacinação”. BH conta com 193 mil crianças na faixa etária de 5 a 11 anos.





 

Quando forem convocadas, elas devem comparecer aos devidos postos de saúde acompanhadas de algum responsável. É necessária apresentação de cartão de vacina e documento de identificação.

 

Segundo dados divulgados nessa sexta-feira pela prefeitura da capital mineira, BH tem 2.149.128 vacinados com a primeira dose (87,7% da população total da cidade), 1.987.505 com a segunda (81,2%) e 562.036 com doses de reforço ou adicionais (22,3%).

 

BH teve 7.130 mortes pela COVID-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, 304.071 infecções e 289.328 recuperações - 7.613 seguem em acompanhamento.

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