Jornal Estado de Minas

CHUVAS EM MINAS

Dupla tragédia: Familiares de piloto morto em Capitólio sofrem com enchente

A dor não dá trégua à família do piloto Rodrigo Alves dos Anjos, de 40 anos, morto neste sábado (8/1) na tragédia de Capitólio, no Sul de Minas. 

Moradores do Bairro Colônia Santa Isabel, em Betim, onde o Rio Paraopeba transbordou, provocando diversos estragos, os familiares do mineiro enfrentam diversas dificuldades. 





Uma delas envolve o próprio sepultamento de Rodrigo. A sobrinha dele, a técnica de enfermagem Verônica Militão, conta que o enterro do piloto teve que ser adiado em função das enchentes, pois o entorno do cemitério da região está alagado. 

"Chegamos a pedir ajuda à prefeitura para transportar meu tio de barco, mas acabamos encontrando uma alternativa. Conseguimos uma rota seca para acessar o cemitério pela parte de trás", diz a moça de 19 anos.

Segundo a jovem, Rodrigo será enterrado hoje no Cemitério Reino das Rosas, no Bairro Citrolândia. O horário dos ritos fúnebres ainda não foi definido. 

Ao mesmo tempo em que vivem o luto, o irmão e a mãe do piloto precisam lidar com seus próprios dramas. Ambos tiveram suas residências inundadas e estão abrigados na casa de conhecidos. 





"O mais importante é que estão todos bem. Tanto minha avó quanto meu tio conseguiram retirar os móveis de casa. Ainda não sabemos se eles poderão voltar depois que a água baixar. Vamos ter que esperar a avaliação da Defesa Civil. Estamos sem palavras para tanta dor", desabafa a jovem. 

Pai e avô

Nascido em Betim, Rodrigo deixa a mulher, uma filha e de uma neta de 3 anos. Em 2018, ele se mudou para o Lago de Furnas. 

Conhecido como Digú, o piloto tinha três irmãos, torcia pelo Atlético e gostava de pescar. No momento da queda do paredão em Capitólio, o profissional comandava a lancha Jesus, atingida pela pedra. Além dele, os outros nove ocupantes da embarcação também morreram. 

Betim debaixo d'água

Em decorrência das fortes chuvas que atingem Betim, o prefeito Vittorio Medioli (PSD) decretou, no sábado (8/1), a suspensão das atividades não essenciais no município. A medida vale até hoje. 

O decreto menciona a destruição de estradas e bueiros pelas enchentes, o que deixou um verdadeiro rastro de destruição na cidade, sobretudo nos bairros Colônia Santa Isabel e Citrolândia. 

Em live realizada neste domingo (9), Medioli pediu aos moradores do município que ficassem em casa e disse que cogita a possibilidade de estender o prazo da suspensão conforme a previsão do tempo.


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