Jornal Estado de Minas

Protesto pacífico

Motociclistas fecham cruzamento onde grafiteiro e motoboy foi atropelado

 
Dezenas de motociclistas e artistas de rua fecharam as ruas Bom Jesus e Monsenhor Dutra nesta quarta-feira (22/12), em protesto pacífico contra a morte de Fhran Santos, de 29 anos. O motociclista e escritor de grafite B-boy fazia entregas quando foi atropelado ao chegar a esse cruzamento, no Centro de Pouso Alegre. Ele morreu no hospital, no domingo (19/12).




 
 
 
Mochilas de entrega de motociclistas foram colocadas enfileiradas nas ruas para impedir a passagem de veículos. Apenas motos eram liberadas. Nas mochilas, estavam mensagens de homenagem a Fhran, pedindo a investigação do caso e medidas de segurança no trecho. O movimento foi organizado pelo coletivo de arte de rua Área 35 Crew, do qual Fhran fazia parte, e por motociclistas de entregas de produtos e alimentos.
 
O protesto começou por volta das 17h e até 18h10 aconteceu de forma totalmente pacífica. Além dos pedidos em cartazes e mochilas, o grupo por várias vezes aplaudiu o amigo e colega de trabalho morto. A comoção tomou conta de todos e até de quem passava pela rua ou trabalhava no trecho. Representantes das duas empresas onde Fhran fazia entregas e organizadores do movimento cobram justiça para o caso.
 
Artistas do coletivo grafitaram na Rua Monsenhor Dutra uma sinalização de parada obrigatória. A mensagem "Pare. Tá vendo agora?" se refere, segundo eles, ao depoimento do policial penal que assumiu que estava na direção do veículo que atropelou Fhran Santos. A polícia informou que ele disse não ter visto a placa vertical de parada obrigatória. A Polícia Militar atuou no trânsito em um quarteirão antes de onde estava a barricada de mochilas.
 
A morte de Fhran está sob investigação da Polícia Civil. O acidente de trânsito foi assumido pelo policial penal que alegou conduzir o Ônix que atropelou o artista. O veículo e o policial são de Três Corações. A Polícia Civil informou ao Terra do Mandu que investiga se ele ou uma mulher dirigia o veículo. (Nayara Andery/ Especial para o EM)