Jornal Estado de Minas

TECNOLOGIA

Polícia Civil identifica estuprador após pesquisa em banco genético

A biotecnologia chegou à Polícia Civil, e tem ajudado a esclarecer os estupros. Uma série de crimes cometidos em Belo Horizonte e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, foram esclarecidos por meio da análise de dados inseridos no Banco de Perfis Genéticos da Polícia Civil. O sistema integra a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Um homem, de 41 anos, foi identificado a partir desse sistema, e confirmou ser o autor de três estupros, cometidos entre 2015 e 2018.





Segundo o perito criminal Giovanni Vitral, do Banco de Perfis Genéticos da PCMG, as mulheres vítimas da violência sexual procuraram a Polícia Civil depois os crimes, ocasião em que foi colhido material genético nelas visando à comparação com possíveis autores dos estupros. Na ocasião, nenhum suspeito foi identificado.


“Com o projeto de fortalecimento da RIBPG, coletamos e processamos material biológico de condenados por crimes de natureza grave contra a pessoa e inserimos os resultados no banco de perfis genéticos. Após a realização de buscas dentro desse banco, foi encontrada a correspondência entre o perfil genético de um homem condenado e o material genético encontrado nas três mulheres. Isso indica que foi ele que deixou o material masculino encontrado nas vítimas”, diz Vitral.


Num levantamento sobre a vida pregressa do suspeito, ele já tem uma condenação por crime sexual, em 2014, e outras duas outras por roubo, no ano de 2016. Atualmente, cumpre pena por roubo.


Números


Em 2013, por meio de decreto presidencial n° 7.950/2013, foi criada a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genético, na qual a Polícia Civil estava incluída por ter assinado o acordo de cooperação técnica.





Desde então, Minas Gerais já apresentou mais de cem resultados positivos no banco de perfis genéticos. No Brasil, mais de três mil investigações já foram auxiliadas por essa ferramenta, o que demonstra o potencial de resolução de crimes alcançado por ela.


Em 2009, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública com o objetivo de que os laboratórios de genética forense estaduais recebessem o software CODIS (cedido pelo FBI), que é um programa que gerencia o banco de perfis genéticos.

No ano seguinte, 2010, a PCMG recebeu o servidor do Banco de Perfis Genéticos (BPG) e iniciou o processo de treinamento de servidores e a instalação do software em seus equipamentos. 

 

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