Jornal Estado de Minas

PREOCUPAÇÃO

Casos de gripe sobem em BH; situação da capital é de alerta

A incidência de gripe e outras infecções correlatas preocupa as autoridades sanitárias de Belo Horizonte. Na esteira de capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, BH registra significativo aumento nos atendimentos por doenças respiratórias. O quadro, segundo a prefeitura, é de alerta para a população.



Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam 373 mil diagnósticos feitos em unidades de saúde entre janeiro e 14 de dezembro de 2021, alta de 36% em relação a todo o ano de 2020. O salto na demanda também é considerável entre os meses de setembro e dezembro deste ano, quando a pasta contabilizou 102 mil atendimentos, aumento 10,8% ante o mesmo período do ano passado.

Segundo a PBH, os números incluem diagnósticos referentes a gripes causadas por influenza e manifestações respiratórias por vírus identificados e não identificados, além de pneumonias virais, infecções agudas não especificadas das vias aéreas inferiores, entre outras do gênero.

Ainda conforme a prefeitura, as unidades mais procuradas são os centros de saúde. Nas instituições de urgência e emergência, onde os casos mais graves são tratados, não houve crescimento expressivo de internações ou consultas.





A campanha de vacinação contra a gripe foi encerrada em 31 de agosto, mas a Prefeitura de Belo Horizonte mantém o imunizante disponível em centros de saúde da capital para moradores de qualquer idade. A cobertura indicada para garantir proteção de toda população é de 90%, segundo o Ministério da Saúde. Considerando dados parciais, divulgados no fim da campanha, a cobertura vacinal contra a gripe atingiu cerca de 62% de todos os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, que totalizam cerca de 1,120 milhão de pessoas.

Surto na vizinhança

Os surtos de influenza detectados no Rio de Janeiro e cidades da região metropolitana da capital fluminense mobilizam a atenção do governo de Minas. Em nota, o estado informou que as equipes da SES-MG acompanham a situação no estado vizinho e assessoram os municípios” que fazem divisa com o RJ nas “ações de vigilância”.

A identificação da circulação dos vírus Influenza, entre outros tipos, cabe à Vigilância Sentinela da Síndrome Gripal. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirma ter ampliado o monitoramento em todas as regiões do estado. Até o momento, no entanto, as unidades sentinelas não notaram aumento significativo no número de diagnósticos.





Em todo o estado do Rio de Janeiro, dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram aumento de 429% nos atendimentos relativos à síndrome gripal somente entre a penúltima e a última semanas de novembro deste ano. A SES atribui a situação à baixa adesão à campanha de vacinação contra a doença, realizada em agosto. Só 55,7% do grupo prioritário, ou seja, idosos, gestantes e puérperas, além de crianças de 6 meses a 5 anos, foi imunizado. Por causa da baixa cobertura, a aplicação de doses foi autorizada em toda a população, inclusive simultaneamente à proteção contra a COVID-19.

Na capital paulista, o quadro ainda não é caracterizado como "surto", mas também preocupa as autoridades. Em todo o mês de novembro, foram 111 mil atendimentos de pessoas com sintomas gripais. Em menos de 15 dias em dezembro, já são 91 mil atendimentos com quadro respiratório.

Outros estados

O alerta também está ligado para um aumento incomum de casos de gripe em outros estados e capitais, que registram alta na procura por unidades de saúde. Alguns abrem espaços exclusivos para esses pacientes e se mobilizam para ampliar a vacinação. É o caso ao menos do Espírito Santo e das cidades de Salvador (BA) e Porto Velho (RO), que confirmaram ontem o crescimento nos atendimentos. Nesses locais, porém, ainda não há registros de uma intensificação de casos graves e mortes.

Médicos alertam que as mesmas medidas sanitárias adotadas para prevenção do coronavírus –lavar as mãos, usar máscara e manter o distanciamento social– são eficazes contra a influenza, que também pode evoluir para quadros mais graves com necessidade de cuidados hospitalares.




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