Jornal Estado de Minas

ANIVERSÁRIO DE BH

Kalil sobre chuvas: 'Destroçou Belo Horizonte e agora o Norte de Minas"

O aniversário de 124 anos de Belo Horizonte, comemorado neste domingo (12/12), foi celebrado, pela primeira vez, na Catedral Cristo Rei, que está sendo construída no Vetor Norte, no Bairro Juliana, a partir de doações e, oficializada este ano, como a Catedral da Capital Mineira. A missa solene, celebrada pelo arcebispo metropolitano Dom Walmor Oliveira de Azevedo, teve a presença de fiéis e de autoridades, como o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e Agostinho Patrus Filho (PV), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.





"É uma obra espetacular (a Catedral) e precisa de ajuda do poder público e dos empresários, e nestes 124 anos de Belo Horizonte, vejo uma cidade cheia de desafios, com problemas para resolver. É uma comemoração triste por causa do Norte de Minas, que vive uma calamidade. Que tudo seja resolvido", destacou Alexandre Kalil.

As chuvas provocam destruição no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Uma das cidades mais atingidas na região é Machacalis. Para o prefeito, 'destroçou  Belo Horizonte e agora o Norte de Minas'.

Prefeito Alexandre Kalil, com a mulher Ana Laender, Dom Walmor e Agostinho Patrus (foto: Jair Amaral/D.A Press)


Com tanto para fazer na capital, Kalil mantém o otimismo: "Espero que Belo Horizonte siga sempre revigorando, trabalhando. Tem desafios e angústias que temos de vencer com esperança. Tenho orgulho de ter nascido na cidade e os parabéns são para nós, para a cidade, que é feita pelo povo."

Para o prefeito, o melhor de BH é o cidadão: "Sem modéstia, é o povo, o que temos de melhor. É acolhedor, querido, como é o mineiro. Abraçamos todos que chegam, adotamos quem nasceu e quem escolheu Belo Horizonte para viver".



OLHAR PARA OS POBRES

Alexabdre Kalil destacou a urgência de cuidar da população vulnerável, a mais necessitada e que, com a pandemia, só cresce. E concordou que ela é a mais descuidada: "Não só por Belo Horizonte, mas pelo  Brasil, que trata o pobre mal. Ele é maltratado, abandonado e é preciso ter um olhar mais humano, caridoso e não ideológico, mas do coração. Pobre é quem não tem este espírito de ajudar. A igreja é fundamentada nisso e o poder público também tem de olhar. É uma vergonha ver as pessoas comprando osso para comer."

Kalil confessou que não é extreamemente religioso, mas é um homem de fé: "Tenho humanidade e compaixão. Sou católico e respeito todas as religiôes."

Agostinho Patrus Filho também parabenizou BH: "Belo Horizonte é uma síntese de toda Minas Gerais, com pessoas do Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata, do Sul, enfim de todas as partes que são acolhidas na capital. E comemorar seus 124 anos é importante, ainda mais sendo a primeira celebração desta data na Catedral."

A CELEBRAÇÃO

Dom Walmor Oliveira de Azevedo destacou que 'Belo Horizonte é uma cidade bonita, jovem, promissora, com potencial e muitos desafios e com grandes tarefas que precisa da participação da de todos e do poder público. O importante é não desviar o olhar para os pobres e sofredores e com esperança implantar a fraternidade'.



A primeira missa na Catedral Cristo Rei, no aniversário de BH, foi motivo de alegria: "O aniversário na Igreja Mãe da Arquidiocese de Belo Horizonte mostra uma obra no caminho da conquista, da vida, da justiça e do amor. E que o caminho seja de alegria."

Como parte da comemoração do aniversário, foi realizada a bênção do presépio, feito com a colaboração da Associação de Mulheres Catadoras de Material Reciclável, uma obra do artista plástico Léo Piló, que é professor, empreendedor social, e que tem uma obra a partir de materiais não convencionais. Muitos que se transformam a partir reciclagem e dos catadores. A representação da Sagrada Família, de material reciclável, alerta sobre a urgência de cuidar do planeta. Foram usamos materias como papelão, embalagens de tetrapark, caixas de leite, suco e achocolatado, o manto foi feito de filô e o chão coberto de cascas de pinos.

Maria Cristina Alves Santos da Cruz e Maria José Espírito Santo, representantes dos artistas e artesãos da Eco Ações Unidas, associação coordenada por Léo Piló (foto: Jair Amaral/D.A Press)
 

Maria Cristina Alves Santos da Cruz e Maria José Espírito Santo, representantes dos artistas e artesãos da Eco Ações Unidas, associação coordenada por Léo Piló, que trabalha em prol do ecossistema, de um mundo mais sustentável, estiveram na missa de festa. "O reaproveitamento, a reciclagem, enfim, é o que vai salvar o mundo", previu Maria Cristina. E como Dom Walmor, lembrou: "Respeito à natureza. Como disse o Papa Francisco, precisamos de um novo estilo de viver."

A festa do aniversário da capital mineira contou ainda com a apresentação da cantata de Natal, com exibição da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). No repertório, músicas natalinas com ritmo brasileiro, regida pelo maetro primeiro tenente  Marco Aurélio, orquestra que é patrimônio cultura do povo mineiro.