Jornal Estado de Minas

AGRICULTURA

Agricultores de hortas urbanas de Sete Lagoas receberão apoio de parceiros

Os agricultores que cultivam hortas urbanas em Sete Lagoas, região Central do estado, receberão apoio para impulsionar a atividade, que oferece produtos cultivados sem agrotóxicos e com qualidade.

O objetivo do projeto é, em etapas, impulsionar a divulgação do trabalho dos agricultores. Também serão ofertados apoio técnico, psicológico, de gestão e capacitação.




Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo, a Prefeitura de Sete Lagoa colocou em prática a proposta que vai introduzir um novo conceito de trabalho nas hortas urbanas do município.

A unidade do Bairro Nova Cidade, que agrega mais de 60 famílias, será a primeira contemplada.
 
A proposta tem como parceiro o Sicoob Credisete e ainda conta com o apoio de entidades como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e a Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ).
 
Segundo a Prefeitura, o Sicoob Credisete vai fazer a doação de banheiros químicos, placas de identificação das quadras, mídia impressa e digital.

O Sebrae cuidará da capacitação de empreendedorismo e gestão financeira. A Emater oferecerá apoio técnico e a UFSJ as análises por meio de seus laboratórios para melhoria do solo e, consequentemente, aumento de qualidade e produção.




 
“Este projeto vai mudar o patamar da horta em todos os sentidos. Nosso planejamento prevê a extensão para as outras seis hortas de Sete Lagoas”, revela Alessandro Kelwis de Freitas, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico.
 
Outro importante braço da prefeitura será a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, com sua atuação próxima às famílias.
 
 

Cronograma 

A proposta foi apresentada aos produtores no dia 14 de outubro, em reunião realizada na sede do 25º Batalhão da Polícia Militar. As ações serão realizadas mensalmente, a partir do mês que vem, até junho de 2022.
 
“Esta ação vai ao encontro do desenvolvimento sustentável e valorização de pessoas. O apoio ao agricultor das hortas urbanas é muito importante, pois reconhece que toda a sociedade se beneficia com este valoroso trabalho, onde há ganho ambiental, na produção de alimentos saudáveis e na melhoria de vida dos envolvidos”, comenta Frank Martins, Extensionista Rural da Emater.




 
Alysson Almeida e Vladmir Rocha são os gestores do Sebrae, coordenadores do processo de capacitação e gestão do projeto que segue três pilares: cooperativismo, gestão financeira e acesso a mercados.
 
"Vamos trabalhar a questão do cooperativismo entre os produtores, a capacidade de fazerem e pensarem nas entregas compartilhadas. Temos que trabalhar na gestão financeira, no sentido de evitar confundir as finanças pessoais com as que são destinadas a reinvestir na horta, controlar melhor o dinheiro e a possibilidade coordenada de acesso a créditos, se for necessário. E o acesso a mercados viabilizando outras possibilidades, ajudando-os no escoamento da produção, seja no mercado local, como escolas, ou fora, como a Ceasa”, explica Aysson Almeida.
 
 

Hortas Comunitárias Urbanas (HCUs)

 
Criado em 1982, para atender 35 famílias, o projeto foi um alento para essas pessoas que estavam desempregadas e em vulnerabilidade social e econômica, na época.




 
A primeira horta criada foi a do Bairro Vapabuçú. Além dela, existem mais seis, localizadas nos bairros Montreal, Nova Cidade, Bernardo Valadares, JK, Cidade de Deus e Barreiro.
 
Atualmente, o programa atende mais de 320 famílias, abrangendo uma área de 24 Km lineares de plantio, englobando as arrendadas pela prefeitura, institucionais e de servidão da Cemig (espaço urbano abaixo de redes de alta tensão).
 
De acordo com o Frank Martins, já foram identificadas nas hortas mais de 90 espécies cultivadas entre hortaliças (verduras e legumes), condimentares (temperos), medicinais, plantas alimentícias não convencionais (PANC), alguns grãos e frutas.
 
A comercialização dos produtos é livre e os produtores das HCUs vendem diretamente aos consumidores dentro de sua própria horta, em feiras livres, em pontos estratégicos de venda (avenidas, ruas e praças), para o comércio local (restaurantes e mercados) e alguns pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE (escolas do município e do estado), além de venderem entre si e até para atravessadores locais (“balaieiros”).
 

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