Jornal Estado de Minas

ALÍVIO

Devido às chuvas, racionamento de água chega ao fim em Itabira

O racionamento de água que estava vigente em Itabira, na Região Central de Minas, chegou ao fim nesta quinta-feira (21/10). Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), responsável pelo fornecimento na cidade, as chuvas dos últimos dias encheram os reservatórios da região.





Todos os bairros de Itabira estavam divididos por região e em sistema de rodízio no qual uma vez por semana um grupo ficava sem o fornecimento de água. Além do racionamento, a prefeitura havia decretado regras para que não houvesse desperdício pela população como a proibição de lavagem de carros e calçadas, troca de água de piscinas, irrigação de jardins e gramados, por exemplo. Este decreto chegou ao fim na quarta-feira (20/10).  

Nas estações de tratamento de água da Pureza e de Gatos, os reservatórios voltaram a verter, contribuindo para o aumento das vazões diárias e normalizando o abastecimento de água na cidade. “Nós não resolvemos o problema crônico de água em Itabira, mas hoje estamos em vazão plena nos reservatórios”, declara a diretora técnica-operacional do Saae, Maria Edduarda Fonseca.

A diretora-presidente do Saae, Karina Lobo, avalia que o racionamento cumpriu seu objetivo, que era proporcionar uma distribuição justa do recurso durante um período de escassez. Ela lembra que, este ano, Itabira enfrentou um dos piores períodos de seca dos últimos anos.



“Foram vários dias sem chuva, com tempo seco e temperaturas altas. O racionamento foi importante para recuperarmos os nossos reservatórios e normalizar o abastecimento de água em toda a cidade”, comenta.   

“No período de racionamento, vários fatores contribuíram para a normalização do abastecimento: o uso consciente da população, que de fato foi um “fiscal da água” para o consumo consciente; a Vale, que não mediu esforços e contribui de várias formas com o município; toda a equipe do Saae, que ficou engajada e buscava soluções para manter o equilíbrio de abastecimento de água na cidade; e, claro, o fator natureza, que com as chuvas recuperamos os nossos mananciais”, completa a diretora-presidente.    

Uso consciente 

O prefeito Marco Antônio Lage destaca a contribuição da população durante o período do racionamento. Ele cita que a medida provocou um “sacrifício igual para todos”, e que os itabiranos se mostraram engajados neste momento extremo. “É claro que a chuva colaborou, mas, mesmo antes de começar a chover, nos primeiros dias do racionamento, nossos reservatórios já mostravam considerável melhora, isso por causa do entendimento da população”, pontuou o prefeito. 

Mas a preocupação ainda é compartilhada pelo gerente-operacional do Saae, Júlio Saldanha. “A chuva dos últimos dias contribuiu para a recuperação de nossos reservatórios, mas, caso necessário, teremos de voltar com a realização das manobras para equilibrar o fornecimento de água nos bairros. Por isso, precisamos continuar economizando”, afirma Júlio. 

Solução definitiva será a construção do ETA Rio Tanque

Marco Antônio Lage refirma que a meta da gestão municipal é acelerar os prazos de execução do projeto Rio Tanque. O projeto trata de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) em Itabira. O ponto de captação fica a 30 quilômetros da sede de Itabira. A outorga será para captação de até 600 litros/segundo, o que segundo especialistas, resolveria em definitivo o problema de abastecimento na cidade.





Por meio de um Termo de Compromisso (TC) com o Ministério Público, a Vale assumiu a responsabilidade pela obra. O custeio será de aproximadamente 30 milhões de dólares.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Itabira, o prazo previsto para a ETA entrar em atividade é de 2026. O prefeito tem conversado com o Ministério Público e a Vale para antecipar as ações.

“Itabira não suporta mais esse problema crônico de falta de água e não podemos passar por racionamento novamente nos próximos anos. Por isso, pedimos ao Ministério Público uma atenção especial com o projeto Rio Tanque para que já iniciemos as obras para resolver o problema de falta de água em definitivo”, diz Marco Antônio. 

audima