Jornal Estado de Minas

MUDANÇAS NA SAÚDE

Sem Hospital São Lucas, atendimentos SUS são remanejados em Patos de Minas

Com o encerramento das atividades do Hospital São Lucas, a Prefeitura de Patos de Minas reestrutura os serviços via Sistema Único de Saúde (SUS). O município do Alto Paranaíba recebe apoio do Estado e da União para reorganização dos fluxos de atendimento.



 
O atendimento relacionado à obstetrícia de risco habitual pelo SUS passa a ser oferecido pela Santa Casa de Misericórdia de Patos de Minas. A unidade já é o pronto atendimento para gestantes de risco habitual e para onde elas serão avaliadas e, quando necessário, encaminhadas a um dos hospitais credenciados pelo município para realização do parto.
 
Os partos e intercorrências obstétricas de alto risco continuam seguindo o fluxo habitual, com atendimento no Hospital Regional Antônio Dias.
 
Em relação a cirurgias e demandas de exames, a população que necessitar de atendimento dos setores de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e Alta Complexidade deverá dirigir-se à Unidades de Saúde da Família de referência.
 
Para informações sobre cirurgias ou exames e sobre o transporte intermunicipal para tratamento fora de Patos de Minas, os pedidos serão realizados pelas USF's e os pacientes terão o retorno em até 24 horas, podendo ser requisitado também on-line, por meio do Aprova Digital.




 
“A mudança aconteceu devido à grande procura nos setores mencionados acima e também à perda de vínculo dos pacientes com suas unidades de atendimento de origem. Com a descentralização e modernização dos pedidos, atenderemos melhor os pacientes e otimizaremos o trabalho dos servidores”, informou a Prefeitura.

Agendamento de consultas
Outro fluxo redirecionado é a forma de agendamento de consultas da Secretaria Municipal de Saúde. Hoje, o agendamento acontece com distribuição de cotas, realizada pelas unidades de saúde da família, sem observar, de forma geral, as prioridades por especialidades e o quantitativo de consultas necessário frente à demanda das equipes e da população. 
 
Já nesta semana, as USF's utilizarão sistema informatizado para lançar as necessidades detalhadas de cada paciente e de suas consultas. Os dados serão encaminhados para a Central de Marcação (criada pela Secretaria de Saúde), onde profissionais reguladores irão avaliar as prioridades, agendando as consultas de acordo com a gravidade dos pacientes e não mais pelo sistema de cotas por equipe.




 
Hospital São Lucas
Em junho, a diretoria do Hospital São Lucas informou que encerraria as atividades. Segundo a diretoria, 97% dos pacientes da unidade eram atendidos via SUS e a decisão foi forçada por déficit na tabela de pagamentos do sistema, aumento de preços de insumos durante a pandemia e perda do atendimento de hemodiálise da unidade.

“O hospital recebe R$ 478 para manter paciente internado em UTI, mas o custo, por exemplo, no hospital de campanha R$ é de 1,7 mil”, disse à época do anúncio o administrador da unidade, Willian Magalhães.