Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Trabalhadores da Fhemig fazem paralisação e protesto nesta terça (5/10)



Funcionários da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) começaram uma paralisação de 12 horas na manhã desta terça-feira (5/10) com indicativo de greve. Entre as reivindicações da categoria está o reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Às 11h, eles farão um protesto na Cidade Administrativa, sede do governo do estado, na Região de Venda Nova. Trabalhadores do Ipsemg também participam do ato.





Entre os trabalhadores que param hoje até as 19h estão enfermeiros, técnicos, funcionários do administrativo, entre outros, exceto os médicos, que têm um sindicato à parte. Além de Belo Horizonte, a paralisação também ocorre em Barbacena, no Campo das Vertentes, com funcionários dos hospitais regional e psiquiátrico. 

“O motivo dessa paralisação é porque há um ano estamos tentando diálogo com o governo com o objetivo de sermos valorizados, os trabalhadores da área da saúde. Essa valorização para nós passa por ser feito o reajuste salarial, ou as perdas salariais ou aumento. Há 10 anos que não temos reajuste”, explica Carlos Martins, que é da diretoria do Sindicato do Profissional de Enfermagem, Auxiliar de Apoio da Saúde, Técnico Operacional da Saúde, Analista de Gestão e Assistência à Saúde (Sindipros) e da Associação dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg). 

“Em 2020, o governo pediu para suspender a campanha diante da pandemia e disse que manteria o diálogo. Suspendemos e não mantiveram as negociações. Passado mais de um ano, apesar das nossas reuniões com a Fhemig e a Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão), não conseguimos nenhum atendimento da nossa pauta. Diante disso, os trabalhadores não vieram outra forma a não ser realizarmos hoje essa paralisação para tentar sensibilizar o governador para a necessidade e de valorizar esses profissionais”, afirma. “Nós trabalhamos com diversas dificuldades de estrutura e materiais. Muitos colegas nossos pagaram até com a vida com essa questão de trabalhar com essas deficiências. E apesar do reconhecimento da sociedade e pacientes em relação a esses profissionais, o governador não quer fazer esse reconhecimento”, pontua.





Os trabalhadores também questionam o fechamento de hospitais da Fhemig e o impacto na população. No mês passado, também durante uma assembleia da categoria, a fundação negou que os serviços serão desativados

Funcionários do Ipsemg no protesto nesta manhã (foto: Asthemg/Sindpros/Divulgação)


Funcionários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) também participam da manifestação hoje. De acordo com a convocação do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg) divulgada no Facebook, eles reivindicam recomposição salarial, concurso público, plano de carreira, entre outras questões. 

Funcionários do João XXIII concentrados para o protesto na Cidade Administrativa nesta terça-feira (foto: Asthemg/Sindpros/Divulgação)


Saindo dos hospitais da Fhemig na capital, os manifestantes seguiram até a Cidade Administrativa para protestar. Carlos Martins informou que não há reunião agendada, mas que vão realizar o ato público para chamar atenção para a pauta. 





Ainda hoje haverá uma assembleia para avaliar o movimento e haverá a discussão sobre a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. Caso os trabalhadores escolham parar, será mantida uma escala de 30% trabalhando nas unidades de saúde, como estabelece a legislação. 

Paralisação suspensa


No início da tarde, a Fhemig, por meio de nota, informou que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) deferiu um pedido de tutela de urgência para determinar a suspensão da paralisação. Mesmo sem ser notificado oficialmente, o sindicato comunicou os trabalhadores sobre a decisão judicial e, ainda na Cidade Administrativa, eles decidiram acatar a ordem. 

O que diz a Seplag


A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), em conjunto com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG), informou que "mantém diálogo com os servidores, para discussão das demandas apresentadas pela categoria. 





As propostas da última reunião, realizada em julho, são objetos de estudos técnicos de  verificação das restrições da  Lei de Responsabilidade Fiscal  e da Lei Complementar nº 173/2020.

Importante ressaltar que, como resultado dos esforços do Governo de Minas para aumentar a arrecadação e reduzir as despesas, foi possível viabilizar o pagamento integral dos salários de todos os servidores até o 5º dia útil a partir de agosto, anunciar o cronograma para o pagamento de férias-prêmio, entre outras questões pontuais. Os  esforços continuam sendo feitos para que seja possível avançar também em outras pautas.

Nesse sentido, na última sexta-feira (1/10), o Governo de Minas protocolou, junto à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o pedido de Regime de Urgência para a tramitação do Projeto de Lei 1.202/2019, que trata sobre a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). 

Com a adesão ao RRF, além de evitar retrocessos, o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, além de dar continuidade ao empenho para quitar dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais, buscando, também, firmar um acordo com as prefeituras para quitar os repasses de saúde e garantir que elas possam fortalecer o atendimento nos municípios.