Jornal Estado de Minas

PROTESTO

Trabalhadores estaduais de saúde em MG marcam paralisação para outubro

Trabalhadores da rede estadual de hospitais de Minas Gerais protestaram, na tarde desta quinta-feira (23/9), na portaria do Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Os funcionários pedem valorização da categoria e protestam contra fechamento de hospitais.



Uma paralisação foi marcada para o dia 5 de outubro, em um período de 12 horas, nas unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Martins, os trabalhadores da área da saúde estadual não recebem reajuste salarial há mais de 10 anos. A situação, segundo Martins, se agravou durante a pandemia. 

"Essa valorização é necessária em função da situação salarial, porque há mais de 10 anos não temos nenhum reajuste. E, também, devido aos afastamentos que tivemos durante a pandemia, os funcionários sentiram muito no bolso, porque quando eles afastam, deixam de ganhar determinadas gratificações, ficando apenas com o salário, que está defasado e é baixo. Estamos cobrando do governo essa valorização e a necessidade de reajustar o salário dos trabalhadores", cobrou.

A estrutura dos hospitais da rede estadual também está na pauta da Asthemg. Segundo Carlos Martins, há unidades "sucateadas e até sendo desativadas", o que gera mais desgaste aos funcionários.





"Outra discussão da valorização é sobre as condições de trabalho. O governo atual não tem investido na qualidade das condições e estruturas de trabalho dos hospitais públicos, muito pelo contrário, estão ficando sucateados e até sendo desativados. Isso traz mais desgaste para os trabalhadores, que precisam trabalhar com um salário baixo em condições precárias nos locais", disse.

Nessa quarta-feira (22/9), a Asthemg e outras entidades denunciaram que a gestão desativou a clínica de urgência e emergência do Hospital Alberto Cavalcanti, localizada na Região Noroeste de Belo Horizonte. Segundo os sindicatos, aproximadamente 300 mil pessoas, de 67 bairros, ficaram sem o atendimento de urgência nas especialidades de clínica médica, cirurgia geral, urologia, ginecologia cirúrgica, cardiologia, cirurgia torácica, proctologia e angiologia.

A razão dada pelo governo para desmontar o tradicional serviço de clínicas no Alberto Cavalcanti era a alegação de que o hospital se transformaria num centro de excelência para tratamento de câncer. Mas, de acordo com as entidades, o serviço de oncologia ficará sem ampliação e será desativado pelo estado.





Outro lado

Também nessa quarta, a Fhemig negou que os serviços serão desativados: "A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que, dentro das reivindicações apresentadas pelo sindicato, não procede a informação da suspensão dos serviços oncológicos, pactuados com o município e cumpridos sem interrupção". 

"Sobre o Hospital Galba Velloso, reforçamos a informação de que a unidade está revocacionada para atender seu papel de retaguarda clínica no cenário pandêmico, seguindo as diretrizes dos gestores estadual e municipal e previsto no Plano de Capacidade Plena Hospitalar", prossegue a nota. 

Com relação à falta de reajuste nos salários, a entidade prevê que o estado vai discutir com os trabalhadores a possibilidade de reajustes nos vencimentos.

"O Governo de Minas, em consonância com a Fhemig e a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), informa que as pautas apresentadas pelos servidores estão em discussão com seus representantes, em reuniões mensais da Mesa de Negociação do SUS, dando continuidade à plena abertura de diálogo com a gestão".

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