Jornal Estado de Minas

MOVIMENTO

Trabalhadores estaduais da saúde fazem assembleia nesta quinta (23/9) em BH

Trabalhadores dos hospitais públicos de Minas Gerais programam uma assembleia para esta quinta-feira (23/9), a partir das 14h, na portaria do Hospital João XVIII para reivindicar valorização da categoria e exigir explicações sobre o fechamento de hospitais e desativação de vários serviços. A tendência é que eles votem para uma situação de paralisação ou mesmo greve.




 
As entidades denunciaram que a gestão desativou a clínica de urgência e emergência do Hospital Alberto Cavalcanti, localizada na Região Noroeste de Belo Horizonte. Segundo os sindicatos, aproximadamente 300 mil pessoas, de 67 bairros, ficaram sem o atendimento de urgência nas especialidades de clínica médica, cirurgia geral, urologia, ginecologia cirúrgica, cardiologia, cirurgia torácica, proctologia e angiologia.

A razão dada pelo governo para desmontar o tradicional serviço de clínicas no Alberto Cavalcanti era a alegação de que o hospital se transformaria num centro de excelência para tratamento de câncer. Mas, de acordo com a Associação dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemig) e com o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Auxiliar de Apoio à Saúde e Técnico Operacional da Saúde (Sindpros), o serviço de oncologia ficará sem ampliação e será desativado pelo Estado.

“O governo está fazendo mudanças na área da saúde, com novos projetos, e isso resulta o sucateamento de vários serviços e o fechamento de hospitais aos quais a sociedade tem acesso”, lamenta Carlos Martins, presidente da Asthemig e do Sindpros.  
 
De acordo com as entidades, os trabalhadores de saúde da rede pública do estado não têm reajuste há 10 anos e não receberam nenhum adicional financeiro nesse período.





"Temos passado por várias dificuldades desde o ano passado, quando a pandemia teve início. Tivemos mortes em virtude da COVID-19 e falta de equipamentos e materiais. Havia toda uma conjuntura, que era a situação da pandemia. Mas no início de 2021, com a situação mais tranquila, começamos a cobrar o governo a necessidade de valorizar a categoria de forma prática”, ressalta Carlos Martins. 

Segundo ele, os funcionários da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que ficaram afastados por algum tempo tiveram sérias perdas de receita: “ Tivemos colegas que se afastaram em função do risco de doenças com comorbidades. Eles tiveram problemas financeiros sérios em função dos baixos salários que eles recebem. Há 10 anos não temos nenhum reajuste. Recebemos gratificações provisórias, mas o governo não nos paga durante esse afastamento".

Sem serviços 

A categoria já fez paralisação de 12 horas em 30 de junho, com manifestação em diversos pontos da cidade. Agora, eles optam por novo movimento, pois temem que o governo alegue impedimentos legais em 2022, ano eleitoral, para continuar sem atender às reivindicações dos trabalhadores.





Em contato com o Estado de Minas, a Fhemig nega que os serviços serão desativados: "A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) esclarece que, dentro das reivindicações apresentadas pelo sindicato, não procede a informação da suspensão dos serviços oncológicos, pactuados com o município e cumpridos sem interrupção".

"Sobre o Hospital Galba Velloso, reforçamos a informação de que a unidade está revocacionada para atender seu papel de retaguarda clínica no cenário pandêmico, seguindo as diretrizes dos gestores estadual e municipal e previsto no Plano de Capacidade Plena Hospitalar", prossegue a nota.
 
Com relação à falta de reajuste nos salários, a entidade prevê que o Estado vai discutir com os trabalhadores uma possibilidade de acréscimentos nos vencimentos: "O Governo de Minas, em consonância com a Fhemig e a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), informa que as pautas apresentadas pelos servidores estão em discussão com seus representantes, em reuniões mensais da Mesa de Negociação do SUS, dando continuidade à plena abertura de diálogo com a gestão".


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