Jornal Estado de Minas

FEMINICÍDIO QUALIFICADO

Homem que matou e concretou corpo da mulher é condenado a 17 anos de prisão

O homem acusado de matar e ocultar o corpo da mulher sob concreto na parede  foi condenado na tarde desta sexta-feira (27/8) a 17 anos e sete meses de prisão. Sidney da Silva foi julgado pelo feminicídio qualificado e ocultação de cadáver da esposa Cleonice Correa de Jesus. 





 

 


O caso ocorreu em abril do ano passado, e Sidney segue preso desde que o corpo da mulher foi encontrado, por policiais, concretado em uma das paredes da residência do casal, na Vila Barragem Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital.

Já o julgamento teve início na manhã de hoje no III Tribunal do Júri, no Fórum Lafayette, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Primeiro ocorreu a formação do conselho de sentença. O júri era composto por cinco homens e duas mulheres. Após a escolha dos jurados, foram ouvidas quatro testemunhas. 

Confissão e debates 


Durante o interrogatório, Sidney confessou o crime, mas disse estar arrependido. Em depoimento diante da juíza Fabiana Gomes Ferreira, ele ressaltou que nunca houve agressão física entre o casal durante os 12 anos de relacionamento, apesar de discutirem constantemente. 





Sidney contou que, no dia do crime, ele e a mulher estavam sob efeito de drogas, discutiram por diversos motivos fúteis e acabaram trocando empurrões. Logo depois, admitiu que matou a esposa com dois golpes de martelo na cabeça.

No outro dia pela manhã, ele comprou cimento, areia e brita. Apenas três dias depois, quando o material foi entregue pelo depósito de construção, é que, novamente sob efeito de drogas, ele escondeu o corpo da mulher na parede.

Após o intervalo para o almoço, o julgamento recomeçou com os debates entre acusação e defesa. O promotor de justiça, Henry Wagner, pediu que os jurados votassem pela condenação do réu por homicídio qualificado. Ele chamou atenção de que o crime foi praticado com "crueldade". 





Caso 


Sidney era acusado pelo Ministério Público de feminicídio qualificado por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima. Em abril do ano passado, a família de Cleonice Correa de Jesus procurou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência, após ela sumir por cinco dias. 

Na noite do homicídio, o acusado teria aparecido na casa da mãe sujo de cimento. Alguns dias depois, também teria confessado à cunhada que havia matado Cleonice e enterrado o corpo dela na casa do casal, na Vila Barragem Santa Lúcia, Região Centro-Sul da capital.

Em 13 de abril, policiais foram até a residência do casal. Após vasculharem o espaço, descobriram o cadáver da vítima concretado em uma das paredes. O corpo foi resgatado pelos bombeiros em avançado estágio de decomposição. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria

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