Jornal Estado de Minas

SUDOESTE DE MINAS

São Sebastião do Paraíso pode ficar sem transporte coletivo já no dia 1º

Os usuários do transporte coletivo de passageiros em São Sebastião do Paraíso, Sudoeste de Minas, podem ficar sem o serviço a partir da próxima quarta-feira, 1º de setembro. O contrato de seis meses, realizado a partir de processo licitatório em caráter emergencial em março, termina na próxima terça-feira, 31 de agosto

Segundo o prefeito Marcelo Morais, negociações já estão sendo feitas para se evitar essa situação. Informações extraoficiais revelam que a empresa Talma Transportes, de Belo Horizonte, vencedora da licitação, reivindica novo reajuste nos valores para a prestação do serviço.





Morais reconhece que a quantidade de usuários do sistema caiu e informa que não pretende aumentar novamente o valor do subsídio e até estuda um plano 'B', caso o contrato não seja renovado, para que a população não fique sem o transporte.
 
As atividades foram paralisadas no início de janeiro, devido ao encerramento de contrato com a empresa anterior, e retomadas no início de março.

Menos passageiros

Todavia, estudos realizados pela Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes constataram que, devido à pandemia, houve uma significativa redução na quantidade de usuários do serviço.

Um levantamento apontou que a média diária de passageiros pagantes era de 700 pessoas. O ideal seria 1.200. A prefeitura manteve o valor da tarifa em R$ 3,45. Os usuários do Conselho Municipal de Desenvolvimento Social (CMDS) e idosos têm passe livre.



 
De início, foi aprovado pela Câmara Municipal um projeto do Executivo que estabelecia a garantia de pagamento de  R$ 210 mil para que a empresa operasse no município. O repasse seria mensal no valor de R$ 35 mil.

No entanto, devido à baixa utilização do serviço, foi preciso ampliar em mais R$ 11 mil o valor mensal do repasse, que atualmente está em R$ 46 mil. Desta forma está em funcionamento a circulação dos ônibus pelas linhas 1, 2, 3 e 5.
 
Nas últimas semanas, prefeitura e representantes da Talma Transportes têm mantido conversações no sentido de se renovar o contrato emergencial por mais seis meses.
 
"Uma vez que a empresa quer aumentar o valor do subsídio e nós não temos interesse de aumentar o valor que já vem sendo pago, a prefeitura pode deixar de ter o transporte coletivo", afirma o prefeito.




Ele lembrou que já foi feito um reajuste sobre o valor inicial e a intenção é não fazer nova alteração. "Nós não temos interesse de aumentar o valor que já vem sendo pago".

 
Espera frustrada

O prefeito reforça que a quantidade de pessoas que tem utilizado o serviço está muito baixa. "A gente estava esperando um público de 42 mil a 43 mil pessoas por mês e está dando 25 mil", avalia.

Segundo ele, o município só tem interesse de renovar o contrato caso de fato seja mantido o valor do subsídio.

"Corremos o risco de a empresa não aceitar, vencer o contrato e ela ir embora. O valor é o máximo que o município pode pagar, até por conta da situação financeira que estamos vivenciando, é a questão dos R$ 46 mil mesmo de subsídio", explica.
 
"A gente está trabalhando com uma segunda situação para minimizar o máximo possível deste impacto, estamos atentos a todas as possibilidades", assegura.
 
A reportagem entrou em contato com a Talma Transportes, mas não obteve retorno até a publicação. Tão logo se manifeste, este texto será atualizado.




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