Jornal Estado de Minas

CPI DA BHTRANS

Volta de cobradores pode aumentar passagem de ônibus em BH

Drama para os motoristas de ônibus das linhas municipais de Belo Horizonte, a ausência dos cobradores no transporte coletivo, que em 2021 já é uma realidade em quase todos os veículos, sustenta o valor da tarifa em R$ 4,50.



A argumentação é do presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Diogo Prosdocimi, durante depoimento nesta quarta-feira (2) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da BHTrans na Câmara Municipal de BH.

Questionado a respeito pela vereadora Bella Gonçalves (Psol), Prosdocimi colocou um aumento na tarifa como fator condicionante ao retorno do agente de bordo aos ônibus. Segundo seus cálculos, o aumento giraria em torno de R$ 0,15 a R$ 0,20.

É uma decisão da cidade que a gente vai ter aqui neste ano. A gente tem custo, passivo de ser calculado, até já fiz algumas contas e daria entre 15 e 20 centavos na tarifa, e é uma decisão que a cidade vai ter que tomar. Não é uma decisão do presidente da BHTrans. A gente vai ter que sentar e ver o que a cidade prefere. Todos esses benefícios, e o custo que isso tem na tarifa, independente se tiver uma revisão desses contratos e outra estrutura de custos vai ter algum custo maior do que zero”, afirmou.





“Isso é um ponto sim, não estou hora nenhuma discordando do valor que o assistente de bordo tem. Mas acho que isso é uma decisão da cidade, que tipo de serviço que a cidade quer. Se a cidade quiser pagar por isso, é isso que é meu ponto”, completou o presidente da BHTrans, que afirmou que a empresa presta o serviço que a cidade pede. A vereadora retrucou e afirmou que isso não acontece.

A tarifa de R$ 4,50 sofreria um aumento em janeiro de 2020, já em meio à celeuma entre as funções dos cobradores e consequente acúmulo de funções dos motoristas. A Prefeitura de Belo Horizonte conseguiu na Justiça derrubar uma decisão liminar que aumentaria o preço da passagem do transporte coletivo municipal.

‘Serviço não é bem prestado’, diz presidente da BHTrans


Presidente da BHTrans desde janeiro deste ano, com a nova gestão do prefeito Alexandre Kalil (PSD), reeleito nas eleições municipais de 2020, Prosdocimi admitiu à CPI que o serviço oferecido pela empresa mista, no geral, não é bom.



“Uma resposta entre sim ou não eu diria que não, em termos da percepção da sociedade em geral. Frente a essas pesquisas de opinião, acho que seria salutar colocar que o serviço não é bem prestado”, afirmou, após questionamento do vereador Gabriel (sem partido), presidente da CPI na Câmara de BH.

Circulação de ônibus durante a pandemia


Durante a oitiva desta quarta-feira na Câmara de BH, o presidente da BHTrans também falou sobre outros temas por cerca de três horas. Um diz respeito à circulação dos ônibus durante o período de pandemia da COVID-19. O questionamento partiu do vereador Rubão (PP).

“A frota serve para o número de viagens. O número de viagens caiu, a demanda caiu, mas proporcionalmente muito menor do que o necessário. As empresas utilizam a frota para fazer esse quantitativo de viagens. Mesmo com essa redução da frota, a frota não foi um gargalo para execução da quantidade de viagens estabelecido para o atendimento das questões sanitárias. Certamente será necessária sua recomposição quando da volta à normalidade, mas hoje o sistema de transporte coletivo está trabalhando em 50% da capacidade da demanda pré-pandemia. A frota, o número de viagens, reduziu menos que isso”, afirmou o presidente.




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