Jornal Estado de Minas

Rompimento

Sistema organiza frota de 62 caminhões-pipa para abastecer atingidos

Desde 2019 sem poder captar água do Rio Paraopeba, atingidos pelo rompimento da Barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, precisam ser abastecidos por 62 caminhões-pipa. Para que não fiquem sem o fornecimento, a organização da frota é otimizada por um sistema inovador.





O chamado Sistema de Gerenciamento de Frota e Entrega de Água Potável economiza tempo ao registrar cada evento de entrega de água e os motivos de uma entrega não ter sido realizada (quando, por exemplo, há uma entrega programada, mas o reservatório do proprietário está cheio).

O sistema registra também os momentos em que a frota não pode ser usada, quando, por exemplo, há necessidade de higienização de um caminhão, informando também quando foram realizadas coletas de água para análises.

A interrupção da captação de água no Rio Paraopeba foi determinada pelo Igam em 2019 no trecho de 250 km entre Brumadinho e Pompéu, cabendo à mineradora Vale a criação de um sistema de distribuição de água potável às comunidades diretamente atingidas.





Até o momento a empresa já entregou mais 1,2 bilhão de litros de água para consumo humano, irrigação e consumo dos animais (dados de maio). ao todo são abastecidos 16 municípios da bacia, em cerca de 620 pontos de entrega.

Cada ponto tem uma periodicidade e volume personalizado, respeitando as individualidades e necessidade de cada atingido. São 62 caminhões-pipa e 100 motoristas trabalhando em turnos de revezamento, percorrendo uma média de 12,4 mil km por dia.

O sistema também permite rever o trajeto de dias anteriores, onde cada caminhão passou e monitorar a logística de distribuição de água em tempo real, garantindo a rastreabilidade de cada etapa do processo e uma logística mais ágil e eficaz para as pessoas impactadas. Todos esses registros geram relatórios, que permitem analisar o histórico de entregas por família.





Por meio de um computador de bordo instalado em todos os 62 caminhões-pipa são disponibilizadas informações de localização, status de cada entrega, condições da estrada e outros dados relevantes sobre o dia de trabalho. Essa rotina é acompanhada online por uma central de controle, que organiza a programação das entregas de água e acompanha se tudo está sendo feito conforme o planejado.

“A tecnologia nos ajuda a atender de forma muito mais ágil alguma demanda emergencial, por exemplo de alguém que teve um pico de consumo e terminou sua água entes do dia programado e tem urgência em receber água. Nós conseguimos localizar qual motorista está mais próximo daquela pessoa e direcionar a água para o atendimento emergencial. Dessa forma, avançamos em nosso compromisso em garantir que o recurso não falte nas casas das pessoas atingidas”, afirma Josué Antônio Silva, analista da Coordenação Agropecuária da Vale.

O sistema contribuiu diretamente para a diminuição do número de questionamentos relacionados à essa medida de reparação. “Hoje, contamos com um sistema que oferece confiabilidade para essa demanda essencial. Conquistamos a credibilidade junto ao atingido de que a água irá chegar, conseguimos estimar o tempo de chegada do caminhão em cada propriedade com precisão”, complementa Josué.





A segurança no trânsito é outra prioridade do serviço, que orienta os motoristas sobre uma boa conduta, garantindo que os caminhões-pipa trafeguem com foco na direção defensiva, respeitando os limites de velocidade e as demais regras de trânsito. “Toda vez que o motorista termina uma viagem, ele tem a liberdade de tratar com seu gestor imediato e com a equipe de fiscalização. Esse canal é aberto com a gestão da Vale sobre qualquer evento que possa ter ocorrido durante o dia. Essa abordagem do cuidado ativo genuíno aumenta a proteção do próprio motorista e de quem interage com ele no trânsito”, afirma Josué.

A estratégia de distribuição do recurso já entregou 1,2 bilhão de litros de água para uso doméstico, irrigação e dessedentação animal. Antes de cada entrega, o motorista mede o teor de cloro da remessa. Uma empresa de auditoria técnica independente contratada para atender ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) também faz análises como contraprova. Até o momento, 100% das amostras estavam em conformidade com as legislações.

As condições de armazenamento de água também têm sido aprimoradas. Nessa frente, moradores da região já receberam 1.712 novas caixas d'água e 195 bombas hidráulicas. Além disso, 716 propriedades passaram a contar com interligação hidráulica. Os municípios impactados também receberam 360 captações de recursos hídricos, superficiais e subterrâneas (poços), além de sistemas de tratamento de água para adequação aos padrões de potabilidade.

Com a medida, a Vale reforça seu compromisso com a entrega de projetos que contribuam para que as pessoas impactadas retomem suas rotinas. Em caso de dúvidas, as pessoas também podem procurar o canal de atendimento para a comunidade pelo telefone: 0800-0310831.




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