Jornal Estado de Minas

PESQUISA

Alunas do CEFET-MG analisam qualidade da água da represa Várzea das Flores

Trabalho de alunas do CEFET-MG analisa a qualidade da água da represa Várzea das Flores, entre Contagem e Betim, na Grande BH, que fornece água para a capital, uma relevante fonte de abastecimento para BH e entorno. Importância potencializada inclusive depois do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, que resultou, entre outros problemas, na paralisação da captação de água do Rio Paraopeba. A represa também é usufruida como meio de lazer pela população, seja para banho ou prática de esportes aquáticos.



O trabalho Análise do Índice de Qualidade da Água (IQA) da barragem Várzea das Flores e uma proposta de educação ambiental é de autoria de Joseanne Cardoso e Sarah Barcalla, alunas do 2º ano do curso de Controle Ambiental do CEFET-MG campus Contagem, e foi o mais curtido no canal do CEFET-MG no YouTube, entre 45 projetos selecionados em evento virtual da instituição de ensino, com mais de 1,2 mil likes.

A dupla decidiu analisar a qualidade da água da Várzea das Flores e, posteriormente, realizar uma intervenção de educação ambiental para conscientizar a população a respeito do mau uso da barragem e os impactos negativos que acarreta para todos. Em função do despejo de esgoto no reservatório, uma hipótese inicial é que a qualidade das águas seja de ruim a péssima.

"A realização do projeto seria uma boa maneira de aplicar os conhecimentos adquiridos no curso e, ao utilizar a barragem como base de pesquisa, estaríamos trabalhando em prol de um meio de lazer da nossa cidade, trazendo benefícios para nós e para a população, bem como um direcionamento a todos sobre como cuidar do que é nosso por direito", explica Sarah.



Para Joseanne, fica evidente o interesse do público que assistiu ao vídeo, em tentar resolver ou diminuir os impactos relacionados às questões ambientais. "Podemos, por ele, considerar o nosso alcance. Agora, imagina só se um grupo de 1,2 mil pessoas nos ajudasse a colocar em prática a proposta de educação ambiental apresentada? Iria ser um sucesso", sugere a pesquisadora.

A professora Taíza de Pinho Barroso orienta o trabalho das jovens. Ela lembra que a análise da água será feita após o retorno das atividades presencias, quando poderá acontecer uma visita in loco para coleta de amostra de água e análise nos laboratórios de química do centro educacional. "A hipótese é que a qualidade da água do reservatório Várzea das Flores seja de ruim a péssima, em função do despejo de esgoto da ocupação urbana do entorno. Muitas dessas moradias estão em discordância com as diretrizes de ocupação do Plano Diretor de Contagem, que salienta a preservação das margens do reservatório e a qualidade da água", afirma.

Na opinião de Joseanne, a troca de experiências e o conhecimento adquirido com a pesquisa são valores agregados à formação acadêmica. "Ficamos esperançosas ao pensar que ainda no ensino médio já realizamos esse projeto e que, futuramente, podemos usá-lo como base para realizar ações ainda maiores e trazer mais benefícios para todos”, projeta.

A Várzea das Flores, também chamada Vargem das Flores, entrou em operação em 1972. O perímetro da represa, que é controlada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), é de 54 quilômetros. Faz parte do Sistema Integrado do Paraopeba, que atende a populações de Betim, Contagem e Belo Horizonte.