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Estado de Minas COVID-19

Governo recomenda 2ª dose mesmo em atraso. Especialistas concordam


28/04/2021 04:00

Não há estudos ainda sobre o risco de os prazos maiores entre as doses comprometerem eficácia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 7/4/21)
Não há estudos ainda sobre o risco de os prazos maiores entre as doses comprometerem eficácia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 7/4/21)

O Ministério da Saúde recomendou ontem que a população tome a segunda dose da vacina contra a COVID-19 mesmo fora do prazo estipulado na bula do fármaco. A recomendação ocorre em meio a registros de pessoas que não conseguiram receber a segunda aplicação ao procurar os postos de saúde em várias cidades do Brasil, enquanto outras não compareceram na data marcada para receber a injeção. Em nota técnica, a pasta ainda reafirmou  “a importância de se completar o esquema vacinal para assegurar a proteção adequada contra a doença”.

Dois especialistas ouvidos pelo Estado de Minas disseram não haver como prever se a eficácia das vacinas ficará comprometida se houver um espaço maior entre as doses do que o recomendado pelos laboratórios, uma vez que os imunizantes são novos e ainda não há estudos sobre esse ponto. Mas reforçam a orientação para que a 2ª dose seja tomada o quanto antes, de preferência no máximo 60 dias após a primeira dose. "Não há indicações de começar do zero", diz o infectologista Estevão Urbano, um dos quatro integrantes do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 de Belo Horizonte.

Os dois imunizantes contra o novo coronavírus que estão disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) precisam de duas doses para garantir a imunização completa contra a doença. Enquanto a CoronaVac, produzida pela Sinovac e Instituto Butantan, precisa ser reaplicada no intervalo de até quatro semanas, a vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil, necessita de reaplicação no intervalo de 12 semanas.

Na segunda-feira, durante sessão da Comissão da COVID-19, no Senado Federal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que não há quantitativo para garantir o reforço da vacinação da CoronaVac a todos no prazo, devido aos atrasos na importação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA).

"Tudo que fugir dos protocolos não garante a mesma eficiência e os mesmos resultados que foram produzidos nos estudos. O que sair dos estudos pode colocar em risco a garantia de 100% de reprodução do resultado", disse o médico infectologista Estevão Urbano.

Segundo o especialista, considerando a lógica de funcionamento das vacinas, a dose ainda é segura se tomada de 30 a 60 dias após a primeira. "Possivelmente, haverá bons resultados e não haverá perdas de eficácia, mas isso não é 100% verdade porque não foi comprovado por pesquisas", disse. Ainda assim, a orientação é tomar a vacina, mesmo se houver atraso. "É necessário se vacinar o mais rápido possível nesse prazo entre 30 a 60 dias. Não há indicações de começar do zero", finalizou.

O infectologista Unaí Tupinambás, que também integra o Comitê da PBH, concorda. "Como os estudos são recentes, não sabemos os prazos que podem levar à perda da primeira dose. Temos conhecimento de outras vacinas que se demorar mais de seis meses para a segunda dose que deveria ser tomada em 30 dias pode ter uma redução do benefício da segunda dose de reforço", disse.

O risco de postergar por um longo período é de perder o efeito da vacina. "A gente iniciou a campanha no fim de janeiro, então, o máximo que as pessoas atrasariam seria 30 dias, até 45 dias. Acreditamos que nesse prazo ainda possa ter um bom benefício. Mas o ideal é no prazo estipulado", acrescentou.

Imunização em BH


A Prefeitura de Belo Horizonte vacinou, até ontem, 517.811 pessoas com a primeira dose de vacina contra a COVID-19: 6.865 moradores e profissionais de asilos e residências terapêuticas públicas; 105.446 trabalhadores da saúde; 2.310 agentes das forças de segurança pública; e 403.190idosos acima dos 63. Até o momento, BH recebeu 951.010 doses de vacina, sendo 901.951 já distribuídas. São 700.860 da CoronaVac (Butantan/Sinovac) e 250.150 da AstraZeneca (Oxford/Fiocruz). Conforme números da prefeitura, 25,4% do público-alvo de aproximadamente 2 milhões de habitantes já foi imunizado ao menos com a primeira dose. Já a segunda dose havia sido aplicada até ontem em193.232 pessoas 9,5% do público. Ontem, o sistema de saúde municipal se dedicou a aplicar a segunda dose do imunizante nos idosos de 70 anos. Durante toda a semana, o expediente do SUS-BH estará voltado à vacinação da população pela segunda vez. Doses foram reservadas para essa finalidade.



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