Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

Promotor depõe por mais de três horas sobre morte da mulher

Demorou três horas e 10 minutos o depoimento do promotor André Luiz Garcia de Pinho, investigado pelo Ministério Público pela morte de sua mulher, Lorenza Garcia de Pinho, no apartamento em que a família vivia – o casal e os cinco filhos –, no Bairro Buritis, em 2 de abril.





Estrategicamente, uma operação foi montada para a ida do promotor ao Ministério Público de Belo Horizonte. O objetivo era impedir que ele tivesse contato com qualquer pessoa, a não ser com Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, uma regalia pelo fato de ser promotor. Por isso, ele usou uma entrada secundária do edifício.

 

O procurador-geral ainda não quer emitir nenhuma decisão e nem dar depoimento. Ele planeja falar à imprensa na quinta-feira, o que, no entanto, só seria confirmado nesta quarta.

Jarbas Soares já recebeu o laudo pericial do IML, mas prefere concluir o inquérito para poder fazer um pronunciamento.

 

Segundo Robson Silva, advogado de André Luiz Garcia, o depoimento versou sobre as conclusões do laudo pericial do corpo de Lorenza. Ele diz que as conclusões são favoráveis ao seu cliente. Afirmou, inclusive, que a defesa contratou um perito para auxiliá-la.





Laudo

 

“O sentimento é de que não há nenhuma prova contra o dr. André e que leve à conclusão de que ele tenha cometido homicídio. Não foi cometido crime, segundo o laudo”, afirmou o advogado.

 

“O laudo mostra que a morte foi causada por intoxicação exógena, ingestão de bebida alcoólica, mais o uso de medicamentos controlados. Não existe uma ação concreta que possa atribuir ao dr. André a culpa. Não há uma causa violenta, apesar de um médico, o dr. Marcelo, ter dito de que a causa da morte seria a violência", completou o advogado do promotor.

 

Sobre o fato de o laudo citar hematomas internos, ele disse: “São hematomas internos que podem muito bem ter sido provocados por manobras de ressuscitação. O laudo cita asfixia e intoxicação. Não existe nada que revele culpa”.

O promotor deixou o prédio do Ministério Público e retornou ao Corpo de Bombeiros, no Funcionários, onde está preso preventivamente.

 

 

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