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Estado de Minas

O movimento voltou ao Centro. Mas as vendas...

Reabertura do comércio não essencial em BH é marcada por promoções e retorno de consumidores e trabalhadores às ruas, mas lojas ainda aguardam reflexo no caixa


23/04/2021 04:00 - atualizado 22/04/2021 23:30

Calçadas do Hipercentro voltaram a ficar tomadas no primeiro dia de reabertura, mas crise segue travando recuperação esperada pelos comerciantes(foto: Leandro Couri/EM/D.a press)
Calçadas do Hipercentro voltaram a ficar tomadas no primeiro dia de reabertura, mas crise segue travando recuperação esperada pelos comerciantes (foto: Leandro Couri/EM/D.a press)

 

Calçadas cheias, promoções para o Dia das Mães e comerciantes tentando recuperar o tempo perdido enquanto as portas tiveram de permanecer abaixadas. Termômetro do comércio em Belo Ho- rizonte, o Centro da capital mineira voltou a pulsar, com intenso movimento de pessoas, carrinhos transportando mercadorias e ambulantes procurando clientes – tudo isso em meio ao impacto de movimento grevista de motoristas de ônibus. No primeiro dia de reabertura de atividades não essenciais na capital, contudo, a falta de dinheiro e o desemprego ainda não se traduziram em um retorno pleno de vendas.

 

O movimento de compradores rivalizou com o de trabalhadores retomando suas atividades. Por isso, muitas pessoas carregando sacolas eram lojistas e funcionários reabastecendo pontos de comércio reativados com a flexibilização. Foi o caso da cabeleireira Marta Emílio Moreira, de 53 anos. Logo cedo, ela desceu pelas lojas das ruas São Paulo e dos Caetés para comprar produtos para cabelos, pele e unhas das clientes.

 

“O salão voltou a funcionar, e agora vai ser sem horário, para não juntar muita gente. Então, estou reforçando os produtos que vamos ter que usar. Por isso vim bem cedo. Ainda não está na hora de fazer compras para mim, porque o dinheiro está curto. Mas, se continuar assim, depois vou voltar para comprar roupas, presentes e brinquedos”, planejava Marta.

 

Apesar de o movimento nas calçadas ter se ampliado, nem todos os comerciantes sentiram de imediato o retorno da clientela. “Ficamos fechados, sem movimento e tendo de pagar o aluguel, espremendo as economias. Reabrimos. Foi bom, mas ainda está fraco. Vai demorar um tempo, porque as pessoas estão sem dinheiro, há muitos desempregados. Dentro de uns dois meses, se continuar aberto, a gente tem uma melhora”, projetou o comerciante João Paulo de Carvalho Chaves, proprietário de loja de roupas na Rua Curitiba, no Centro da capital.

 

VAIVÉM No Hipercentro de BH, a movimentação era ainda maior, com pessoas transitando em todas as direções. Camelôs aproveitaram a ampliação do fluxo com o fim das restrições e montaram suas bancas para tentar faturar com o vaivém.

 

Shoppings populares também exibiam o reflexo da flexibilização. Centros de compras como Oiapoque, Xavantes e UAI, registraram grande procura. Nas entradas, era exigido o uso de máscara, feita aferição de temperatura com termômetro e usada uma ficha para tentar controlar a lotação.

 

“Foi muito difícil ficar mais de um mês parado, só tentando vender on-line. Agora que voltou, o jeito é se desdobrar e aproveitar ao máximo. Tem de atender bem o cliente, chamar para o box, oferecer o que precisar para ficar bem feliz, satisfeito e voltar sempre”, receitou Leonardo Ronan dos Santos, vendedor de óculos em ponto do Shopping Xavantes.

 

As promoções para o Dia das Mães também começaram a despertar a atenção dos consumidores, ainda arredios a visitar muitos locais. “Nesse tempo de fechamento, que a gente viu hospitais muito cheios e a doença para todo lado, preferimos ficar mais em casa, só saindo para comprar o essencial mesmo: supermercado, farmácia, um mantimento ou outro. Agora é a hora de a gente até pesquisar um presente de Dia das Mães me- lhor. Antes eram poucas lojas abertas. Agora tem muitas e os preços estão melhores. Muitos estão fazendo promoções para aproveitar e a gente ganha com isso”, constatou a professora Rita Duarte Caldas, de 46.

 

Em compasso de espera 

 

Confira atividades que ainda não podem funcionar em BH

 

 

  • Feira de artesanato
  • Clubes
  • Parques de diversão
  • Parques temáticos
  • Museus
  • Teatros públicos e privados
  • Boates
  • Casas de eventos

 

 

Fonte: PBH

 

 

Protocolos de segurança e controle de acesso garantem proteção a consumidor e trabalhador e ajudam a evitar novas restrições(foto: Leandro Couri/EM/D.a press)
Protocolos de segurança e controle de acesso garantem proteção a consumidor e trabalhador e ajudam a evitar novas restrições (foto: Leandro Couri/EM/D.a press)
 

Cuidado para evitar novos fechamentos

 

Isabela Bernardes* 

 

A reabertura do comércio não essencial veio acompanhada da necessidade de lojistas seguirem protocolos contra a COVID-19 para garantir maior segurança dos consumidores. É também uma medida de precaução para evitar outra fase de restrições, já que respeitar medidas de segurança contribui para minimizar a disseminação da COVID-19.

 

Desde agosto de 2020, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) criou o Selo Loja Segura, que auxilia o comerciante a se adaptar, além de orientar na aplicação das exigências para o funcionamento do estabelecimento e atendimento aos clientes de forma segura (veja no quadro as principais).

 

A flexibilização das atividades que foram restringidas para controlar a COVID-19 foi anunciada na segunda-feira pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), após três dias de reuniões com o Comitê de Combate à COVID-19 da Prefeitura de BH. A reabertura ocorreu a partir da queda em índices de disseminação da doença, ocupação de leitos hospitalares (clínicos e UTI), volume de pacientes aguardando vagas e estoque de medicamentos para intubação – que, no entanto, ainda exigem atenção.

 

No sábado, BH foi uma das cidades a deixar a onda roxa do Minas Consciente, plano de controle da economia do governo estadual. Somente serviços considerados essenciais podiam funcionar na capital desde 6 de março. Desde o dia 13, a cidade estava praticamente fechada em decorrência da evolução dos casos do novo coronavírus. Praças e pistas de atividades ao ar livre e funcionamento de certos serviços que estavam liberados, como retirada de refeições na porta de restaurantes, eram algumas das proibições mais recentes. (Com MP)

 

 

*Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia

 

Compras sob controle 

Veja as principais orientações para reabrir o comércio

 

 

  • Disponibilizar álcool 70% para trabalhadores e clientes
  • No interior das lojas permitir, no máximo, uma pessoa a cada 7m² de área total, incluindo funcionários e consumidores
  • Evitar ar-condicionado e dar preferência à ventilação natural
  • Oferecer lixeiras que não precisem de acionamento manual
  • Limpar constantemente superfícies e ambientes como corrimãos, maçanetas, banheiros, balcões, calculadoras, caixas registradoras, telefones e máquinas de cartão
  • Limpar produtos expostos em vitrines com álcool 70%
  • Restringir em 50% a lotação dos elevadores
  • Instruir sobre o uso correto de máscara e sobre a necessidade de trocá-la a cada quatro horas
  • Instalar barreira física entre colaboradores que atuam nos caixas e clientes
  • Respeitar o distanciamento de dois metros entre clientes em filas
  • Se possível, implantar corredores de uma só via, para coordenar o fluxo de clientes
  • Fixar cartazes informando sobre lotação máxima e medidas de higiene

 

 

Desde cedo, operários trabalhavam na remoção de entulho no bairro da Região Oeste, mas lojas atingidas tiveram a reabertura prejudicada(foto: Leandro Couri/EM/D.a press)
Desde cedo, operários trabalhavam na remoção de entulho no bairro da Região Oeste, mas lojas atingidas tiveram a reabertura prejudicada (foto: Leandro Couri/EM/D.a press)
 

No Buritis, limpeza e mais prejuízos na conta

 

A esperança de retomar os negócios e ter incremento de clientes ontem, primeiro dia de reabertura de atividades não essenciais em Belo Horizonte, não se concretizou plenamente para duas lojas destruídas por um caminhão desgovernado no fim da tarde de quarta-feira, no Bairro Buritis, Oeste da capital.

 

Uma imobiliária e uma papelaria acabaram atingidas pelo veículo carregado de mármore, que desceu, aparentemente sem freios, a Rua Rubens Caporali Ribeiro, e que só parou ao bater no Centro Comercial Aggeo Pio Sobrinho, matando na hora o motorista. Em vez de abrir para as atividades do dia, logo cedo proprietários e funcionários tiveram de remover escombros e limpar detritos, além de recolher móveis e equipamentos danificados.

 

Do lado de fora, um caminhão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e operários da empreiteira prestadora de serviços ao município auxiliaram na remoção da carga e de escombros nas ruas e no centro comercial atingido. Uma equipe da Copasa também trabalhou desde cedo na Avenida Henrique Badaró Portugal e restabeleceu o fornecimento de água, que tinha sido interrompido, uma vez que o acidente provocou vazamentos e tubulações precisaram ser fechadas.

 

A mesa e a cadeira do escritório da gerente de imobiliária Cristina Pereira, de 45 anos, ficavam de frente para a Avenida Aggeo Pio Sobrinho e estariam prontas para receber muitos clientes ontem. Mas, após o acidente, o local de trabalho dela foi desintegrado. “Seria nosso dia de retorno do teletrabalho. Se o escritório estivesse cheio, teria sido uma tragédia ainda maior. Eu poderia não estar mais aqui”, disse Cristina.

 

A loja onde funcionava a imobiliária foi abalada e a Defesa Civil de Belo Horizonte instalou escoras para que não desmorone. Para que a imobiliária não perdesse completamente o movimento de reabertura, o condomínio ofereceu uma outra loja que estava vazia para a atividade prosseguir.

 

“Não é a mesma coisa. A nossa loja era de frente, toda em vidro. Todos os que passassem pela avenida poderiam ver o escritório. Agora, estamos numa loja mas interna. No estacionamento, menos visível. Mas, pelo menos vamos poder voltar a trabalhar. Ainda não há uma estimativa de quando os reparos serão feitos. Perdemos muitos móveis, equipamentos, contratos e informações. A documentação foi a pior perda”, avalia a gerente.

 

A papelaria de Mauricio Juntolli, de 52, teve uma das paredes destruída e ficou coberta por destroços e fragmentos de vidro. “Não sei se o comércio vai melhorar com a abertura para mim. Sei que há uma esperança. Mesmo com todo o estrago e toda a dificuldade, acordei bem cedo para vir aqui arrumar tudo. Foram vizinhos que me avisaram sobre o acidente. No mesmo dia vim para cá para já tentar organizar as coisas e poder funcionar hoje”, disse o comerciante, que ainda não estimou os prejuízos. (MP) 


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