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Estado de Minas Luto na imprensa

Adeus a Fábio Doyle

Jornalista, advogado e membro da Academia Mineira de Letras, que marcou a história dos Diários Associados e do estado, morre aos 93 anos


21/04/2021 04:00

O jornalista recebe a medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, entregue pelo juiz Ari Rocha, em cerimônia em 2005 (foto: Marcelo Sant%u2019anna/Estado de Minas - 16/6/05)
O jornalista recebe a medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, entregue pelo juiz Ari Rocha, em cerimônia em 2005 (foto: Marcelo Sant%u2019anna/Estado de Minas - 16/6/05)

O jornalismo perdeu na noite de segunda-feira (19/4) um dos mais importantes profissionais de Minas Gerais. Morreu, aos 93 anos, o jornalista, advogado e membro da Academia Mineira de Letras (AML) Fábio Proença Doyle, vítima de embolia pulmonar, após duas semanas travando uma luta contra uma bronquite. Seu último artigo havia sido publicado no mesmo dia nas páginas do jornal Estado de Minas, do qual era colunista. Foi também do Conselho Editorial do jornal e editor-geral do jornal Diário da Tarde por mais de quatro décadas.

Doyle foi velado e sepultado no início da tarde de ontem com cerimônia restrita aos parentes.  Em depoimento ao Estado de Minas, o filho Fábio Márcio, também jornalista e economista, lembrou com emoção o pai dedicado, que foi "um homem que amava a vida”. E lembrou: “Tinha orgulho do Diário da Tarde, onde trabalhava com uma equipe coesa. Um pai muito presente, altruísta e aberto, um enorme coração. Uma ética irreparável, sempre disposto a ajudar as pessoas em sua volta. Ele gozava de muita saúde em seus 93 anos de idade e ainda escrevia com carinho e dedicação no jornal Estado de Minas em sua coluna semanal, às segundas-feiras. Tinha orgulho de ser fundador do curso de direito do Uni-BH."

“Minas perde um dos maiores jornalistas que já tivemos. Um crítico forte, mordaz, mas que sabia reconhecer os acertos dos governantes. Dono de bom senso, tinha uma grande facilidade para fazer amigos. Particularmente, perdi um grande amigo e um enorme colaborador. Estamos todos de luto”, afirmou o diretor-presidente dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa.

Fábio Doyle nasceu em Belo Horizonte, em 14 de janeiro de 1928, filho de Ernani Doyle Silva, estatístico, e de Maria Hortência Proença Doyle. Casado com Rachel Silva Proença Doyle, deixa os filhos Tânia, Fábio Márcio e Marília, cinco netos e sete bisnetos.

Ingressou nos Diários Associados em 1º de junho de 1948. Tornou-se redator da editoria de Política e colunista parlamentar do Estado de Minas.

Em 1961, foi nomeado redator-chefe do Diário da Tarde, do mesmo grupo, sendo promovido, sucessivamente, a diretor de Redação e editor-geral. Em julho de 2007, foi indicado para integrar o Conselho Editorial do Estado de Minas. Atuou ainda como redator da sucursal de O Globo em BH e redator político do Correio da Tarde.

Na área sindical e de representação da classe, foi secretário do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de 1953 a 1954.  Presidiu o Centro dos Cronistas Político-Parlamentares de 1959 a 1961, e a Associação Mineira de Imprensa (AMI) de 1966 a 1971, construindo e inaugurando, em sua administração, em 1969, a sede própria da entidade, na Rua da Bahia.

Foi presidente do Conselho Deliberativo e Superior da AMI desde 1971, e conselheiro da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, eleito em Ilhéus, Bahia, em 1983.

Fábio Doyle se orgulhava de ter sido editor-geral do Diário da Tarde (foto: Jair Amaral/EM/D.a press - 11/7/02)
Fábio Doyle se orgulhava de ter sido editor-geral do Diário da Tarde (foto: Jair Amaral/EM/D.a press - 11/7/02)

ATIVIDADES NA ÁREA JURÍDICA 
Aprovado, em 1953, em terceiro lugar em concurso público para ingresso no Ministério Público do Estado. Em 1957, obteve o segundo lugar para o cargo de procurador da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, da qual se aposentou em 1992, como secretário municipal adjunto. Foi assistente-jurídico da capital entre 1963 e 1965, e assessor jurídico da Secretaria da Fazenda Municipal de 1968 a 1971.

Designado pelo prefeito Luiz Verano, foi o responsável pela elaboração da Constituição Jurídica da Metrobel, entidade criada com a finalidade de construir e administrar a primeira linha do metrô de superfície da cidade. 

Fábio Doyle era professor titular de teoria geral do Estado e coordenador-geral do curso de direito do Centro Universitário de Belo Horizonte – Uni-BH. Em sua trajetória como escritor, publicou diversos livros, artigos, pareceres e monografias. 

Recebeu títulos, diplomas e medalhas, entre elas a  de Mérito Assis Chateaubriand, concedida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Brasília, em 1968;  a  Grande Medalha da Inconfidência, conferida pelo governo do estado de Minas Gerais em 21 de abril de 2000, e a  Medalha do Mérito Legislativo, entregue pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 14 de dezembro de 1983.

REPERCUSSÃO 

"Fábio Doyle, jornalista exemplar, acadêmico imortal e admirado, amigo dos amigos, incentivador de jovens talentos do jornalismo, chefe-companheiro e apaixonado pelas causas jurídicas, tinha um lema que ostentava com orgulho: 'Nunca menti, em toda a minha vida'. Seu exemplo fica, porque imortal ele será sempre, para as letras, a cultura e o jornalismo"

.Washington Mello,
jornalista, ex-secretário de Cultura de MG e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do estado


"Fábio Doyle teve imensa trajetória no Estado de Minas, nos Diários Associados e no Diário da Tarde (..). Infelizmente, nos deixou nesta madrugada, o que nos deixa muito sentidos"

.Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais 


“Jornalista até morrer – Assim se poderia definir Fábio Proença Doyle.... Aos 93 anos de idade, continuava a escrever e seus artigos nas páginas de opinião do Estado de Minas demonstravam, em todas as letras, a sua capacidade de discernir, analisar e opinar sobre temas e assuntos, mesmo os mais conflitantes entre si"

.Carlos Felipe Horta, jornalista e ex-professor da PUC Minas


“Fábio foi um dos jornalistas mais importantes da imprensa mineira. Dono de uma extensa e vitoriosa carreira, marcou época pela qualidade de seu trabalho e o vigor de suas opiniões também foi notável. Ele deixa lacuna difícil de preencher"

.Rogério Farias Tavares,
presidente da Academia Mineira de Letras


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