Jornal Estado de Minas

COLAPSO EM BH

Especialista explica como a ocupação dos leitos ultrapassa os 100%

Pelo segundo boletim consecutivo, Belo Horizonte registrou a ocupação dos leitos de UTI para COVID-19 acima dos 100% na rede privada. Mas como isso ocorre?

 

Para explicar, o Estado de Minas ouviu o infectologista Unaí Tupinambás. Ele integra o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 da Prefeitura de BH.





 

Segundo Unaí, números acima de 100% de ocupação ocorrem quando pacientes que deveriam estar nas UTIs são internados em outros espaços dos hospitais, como as enfermarias, por exemplo.

 

“Em BH, tem gente morrendo nas enfermarias. Os relatos (dos profissionais de saúde) são de pacientes mais jovens: 30 a 50 anos”, afirma.

 

A capital mineira chegou a uma ocupação de 109,6% nas UTIs da rede suplementar nesta quinta (18/3). Os dados são do boletim epidemiológico e assistencial.

 

O percentual é aplicado sobre a mesma quantidade de leitos do balanço anterior. Ou seja, todos os 353 da rede privada estão em uso.

 

A ocupação geral, no entanto, se manteve em 96,6%. Apesar do crescimento da rede privada, no SUS houve queda de 91,1% para 85,4%. Essa queda foi puxada por uma ampliação na oferta de vagas: mais 18 entraram na conta nesta quinta.

 

Na prática, restam 26 leitos de UTI em toda Belo Horizonte para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. 





audima