Uma nova lista com 1.852 servidores da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) vacinados contra a COVID-19 foi recebida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta (17/3). Não há informações, no entanto, se todos ou parte desses funcionários públicos furaram a fila da imunização.
Todos esses servidores estão lotados no interior do estado, diferentemente da primeira relação, de 828 nomes, ligada a trabalhadores da pasta de Belo Horizonte. A informação da nova lista foi veiculada pela rádio “98 FM” e confirmada pelo Estado de Minas.
"O novo documento foi encaminhado por e-mail, o que não é usual, especialmente em decorrência da seriedade do assunto", informou a ALMG em nota.
De acordo com a Saúde estadual, cada prefeitura “é responsável por operacionalizar sua campanha de vacinação. Ou seja, a vacinação de servidores de uma superintendência regional depende do município onde ela está localizada”.
A pasta informou que deliberação acordada entre o Estado e as cidades previa que a imunização fosse feita somente naqueles servidores que têm contato direto com o público.
Até o momento, conforme nota da secretaria, só podem ter recebido a vacina servidores que trabalham na Rede de Frio Estadual, nas Centrais Regionais de Regulação Assistencial, Farmácias de Minas e almoxarifado para garantir o funcionamento desses serviços.
O mesmo vale para os servidores que precisam ir a campo para trabalhar, sobretudo em cidades com situação crítica de infecção pelo novo coronavírus.
Outro grupo que pode ter recebido as vacinas é formado por “trabalhadores que precisam executar suas atividades presenciais para reduzir o risco de disseminação da doença e provocar, como consequência, um surto por COVID-19”.
Sobre a listagem com 1.852 nomes de servidores, a SES conformou o encaminhamento à Assembleia Legislativa.
Investigação
Na última quinta (11/3), a Assembleia abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a vacinação dos servidores da SES.
A pressão da Casa culminou na demissão de funcionários públicos, inclusive na queda do então secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Federal (PF) também apuram o caso.
Em nota, sindicatos de trabalhadores da saúde pediram a investigação do caso, mas argumentaram que nem todos os servidores listados na primeira relação, formada por 828 pessoas, furaram a fila de imunização.
As entidades informam que na lista estão funcionários que trabalham na Farmácia de Minas, por exemplo. Eles têm contato direto com pacientes e familiares de pessoas com doenças crônicas, grupo de risco da COVID-19.
O mesmo vale para aqueles que trabalham na vigilância sanitária estadual. Esses servidores inspecionam hospitais, insumos e leitos que vão receber os pacientes com a doença.