Jornal Estado de Minas

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COVID-19: sem repasses do Ministério da Saúde, Valadares pode perder leitos

Governador Valadares pode ficar sem 10 leitos UTI COVID-19, caso o Ministério da Saúde não prorrogue a habilitação desses leitos. O alerta foi feito pelo promotor de Justiça Randal Bianquini, em reunião realizada nesta quinta-feira (11/02) no prédio do Ministério Público de Minas Gerais, em Governador Valadares. E corre ainda o risco de perder todos os 58 leitos que possui para tratamento da COVID-19, cujos contratos vão  vencer no dia 20/2.





Na reunião estava presente o prefeito de Governador Valadares, André Merlo e outras autoridades municipais, que ouviram o promotor afirmar que o Ministério da Saúde não tem respondido nada sobre a prorrogação da habilitação dos leitos exclusivos de UTI COVID-19.

No Hospital Bom Samaritano, a situação começa a preocupar, porque 18 leitos UTI COVID-19 já não recebem repasse do Ministério da Saúde desde o dia 3 de fevereiro, e os custos estão sendo assumidos pelo próprio hospital.

O promotor Randal Bianquini disse ainda que o governo de Minas precisa ajudar Governador Valadares nessa questão. “Esse dinheiro precisa chegar. Tenho acompanhado todas as dificuldades enfrentadas pelo município e mesmo assim, nunca deixou faltar leito”, afirmou.




 
Bianquini pediu à direção do Bom Samaritano para continuar cobrindo os custos dos 18 leitos, até que o problema seja resolvido junto ao governo federal. “Talvez na próxima semana receberemos algum retorno do Ministério da Saúde ou do governo do estado, porque não estamos de braços cruzados”, disse.

O prefeito André Merlo reforçou a importância da união de esforços para que não seja necessário fechar os leitos. “Desde que a pandemia começou nos organizamos rapidamente e preparamos a cidade para os atendimentos. Hoje temos 58 leitos de UTI exclusivos para COVID-19 e todos habilitados pelo governo federal”, explicou.

Merlo lembrou que Valadares não pode perder a habilitação porque o município, sozinho, não conseguiria arcar com os custos, e que o governo de Minas deveria assumir os custos, evitando assm o pior.





"Estamos nos mobilizando para buscar alternativas, pois consideramos um retrocesso perdermos esses leitos que ainda estão sendo utilizados com grande ocupação na maioria dos dias”, lamentou.

A secretária municipal de Saúde, Caroline Martins Sangali, também lamentou a situação. “Precisamos da ajuda do estado com essa questão. Os leitos estão sendo utilizados, em maioria, por pacientes que não são de Valadares e chegam das cidades da nossa macrorregião”, disse.
 
Sangali disse que Valadares não tem condições financeiras para custear os leitos. “Iniciamos a vacinação mas ainda é grande o número de pessoas que precisam ser internadas. Então,  é cedo para o Ministério da Saúde pensar em desabilitar leitos em nossa cidade”, disse.

A habilitação dos leitos pelo Ministério da Saúde tem validade de 60 a 90 dias. Além dos 10 leitos que já estão com a vigência vencida desde o início deste mês, na próxima semana, outros 30 leitos do Hospital Municipal também terão a vigência vencida e até o dia 20 de fevereiro, vencem outros 10 leitos do Bom Samaritano.
 
A prefeitura esclareceu que, dos 58 leitos que possui, mantidos com os repasses do governo federal, o município perderá todos ainda neste mês, caso não tenha a resposta positiva do Ministério da Saúde ou do governo do estado, relacionada à prorrogação.




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