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Estado de Minas CHUVAS

'Invasão' de baratas em Muriaé: especialista explica o fenômeno

Vídeo feito por uma moradora, mostrando um grande número desses insetos, viralizou nas redes sociais e a explicação é mais simples do que parece


05/01/2021 16:34 - atualizado 05/01/2021 17:16

Após fortes chuvas do último fim de semana, a cidade de Muriaé foi invadida por uma infestação de baratas
Após fortes chuvas do último fim de semana, a cidade de Muriaé foi invadida por uma infestação de baratas (foto: Reprodução/Instagram)
Além de todos os problemas causados pelas chuvas do último fim de semana, os moradores de Muriaé, na zona da Mata de Minas Gerais, tiveram que lidar também com um fenômeno peculiar: uma infestação de baratas

O vídeo, feito por uma moradora da cidade, foi o mais compartilhado na noite dessa segunda-feira (04/01) no Twitter. Nele, é possível ver uma grande quantidade de baratas presas às grades, nas margens do Rio Muriaé, além da calçada e do meio-fio.   

Veja o vídeo:

 
 

Como explicar esse fenômeno que viralizou nas redes sociais? De acordo com o professor titular de Ecologia da UFMG Geraldo Wilson Fernandes, existem várias possibilidades. “A mais clara é que as tubulações de esgoto da cidade foram tomadas pela água. E logicamente, barata não é aquática. Ela vive nesse ambiente com muita matéria orgânica e se alimenta desse material todo, como celulose e materiais em decomposição”.
 

Segundo Fernandes, com as chuvas, os insetos foram desalojados dessas tubulações, já que a água tomou conta desses ambientes. “Essa seria a explicação mais lógica. Não me parece haver indicação nenhuma de um evento de explosão populacional, parece ser uma coisa pontual, já que elas estão em um local determinado. A água tomou conta das tubulações e forçou elas a saírem do seu ambiente preferido”, diz. 

“Invasão”


No vídeo, a moradora fala que "a água está chegando e as baratas também". Porém, para o professor não se trata de uma invasão. Elas já estavam no ambiente urbano e o número de insetos não é grande o suficiente para apontar uma explosão populacional como a nuvem de gafanhotos ou de moscas brancas, por exemplo.

 “Elas apenas perderam a ‘casa’ delas temporariamente. Na verdade, elas não estão invadindo a cidade. Elas já estão na cidade, apenas saindo de um compartimento e indo para a parte onde os humanos se encontram. Não é nada novo que está chegando”, completa. 

Com a previsão de mais chuvas para os próximos dias, Fernandes acredita que com uma área maior sendo tomada pelas águas ou com o nível do rio subindo, a tendência é que o número de insetos possa crescer também. “Mas assim que a água voltar ao normal, esses bichos procuram outros ambientes e desaparecem nas redes de esgoto, como sempre fazem”, finaliza.  
 

Transtornos causados pelas chuvas


De acordo com levantamento da Defesa Civil, choveu mais de 270mm em 72 horas, provocando caos na cidade, que ficou praticamente submersa. Pelo menos 150 pessoas ficaram desabrigadas em virtude dos alagamentos ou destruição de casas. Além disso, há um alerta de que o Rio Muriaé corre o risco de transbordar.

Por isso, a Defesa Civil recomenda evitar áreas de inundação e não trafegar sobre locais sujeitos a alagamentos, além de não estacionar veículos debaixo de árvores. A previsão é de que os próximos dias sejam de chuva de, em média, 25mm a cada hora e ventos de 13 km/h. Os termômetros ficarão entre 19ºC e 28ºC na cidade.
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria


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