Jornal Estado de Minas

COVID-19

Alerta de Kalil deixa empresários apreensivos

Depois que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou ontem que vai esperar a primeira semana de janeiro para definir os rumos da capital mineira no combate ao novo coronavírus, os comerciantes ficaram apreensivos com as falas do chefe do Executivo de BH. Isso porque Kalil garantiu que vai fechar a cidade caso o número de infectados pela COVID-19 continue subindo.



Temerosos com a declaração, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) repercutiram as falas do prefeito.

De acordo com Kalil, não existe, para ele, o “menor receio de fechar a cidade”. “Temos que lembrar do interior de Minas, da explosão de casos, que as praias vão explodir os casos, e que Rio e São Paulo já estão no vermelho", ressaltou o prefeito durante coletiva de imprensa.

Além do prefeito,  o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, falou sobre os riscos das festas de fim de ano e as consequências que elas podem trazer para a cidade.

“Não temos, ainda, parâmetros para fechar a cidade, mas estamos muito preocupados com o que vai acontecer na semana que vem, principalmente com as pessoas que estão se reunindo e viajando, muitas vezes se expondo em locais onde o vírus está circulando muito mais”, disse Jackson.

As afirmações do prefeito e do secretário preocuparam os comerciantes que temem os impactos na economia caso BH volte a ter um lockdown.

“Definitivamente, não há nenhuma comprovação científica de que a reabertura do comércio seja a responsável pelo aumento de casos de COVID-19 em nossa cidade. Aliás, na coletiva de hoje, a prefeitura reafirmou que o grande problema do aumento do número de casos não é o comércio”, explicou Marcelo Souza e Silva, presidente da CDL/BH.





Segundo ele, a prefeitura, por meio de declarações do prefeito, do secretário de Saúde e dos infectologistas, deixou muito claro que o principal propagador da doença neste momento são as festas clandestinas. “Isso ficou muito evidente”, afirmou.

Fiscalização


A CDL/BH também solicitou um esforço da Polícia Militar para reforçar a presença nas ruas para “inibir” aglomerações. Segundo Marcelo, a CDL acredita que o trabalho de fiscalização deve ser intensificado pela Prefeitura.  “Da nossa parte, reiteramos o compromisso de continuar trabalhando para que o comércio permaneça cumprindo o seu papel, adotando todos os protocolos sanitários para a prevenção ao COVID-19”, garantiu.

Ainda segundo Marcelo, o comércio tem funcionado como um tipo de “vitrine para a conscientização da população sobre a importância da adoção dos procedimentos”. Em conversa com o Estado de Minas, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), ressaltou que a alta no número de internações por COVID-19 foi impulsionada por outros setores que não investiram na criação e manutenção de protocolos de segurança, prejudicando o mercado, a recuperação econômica e impactando a saúde de forma negativa.





Segundo a associação, com o rígido protocolo de operações desenvolvido em parceria com a área de consultoria da Rede Mater Dei de Saúde, os shoppings mostraram ao longo do ano ser possível equilibrar saúde e economia. O que, de acordo com a Abrasce, permitiu a manutenção dos mais de 3 milhões de empregos gerados pelo setor.

Com o adiamento da decisão,  as lojas de rua e as instaladas em galerias de lojas e centros de comércio poderão abrir de segunda a sábado, entre 9h e 20h (a regra atual é das 10h às 19h nos dias da semana e, aos sábados, das 9h às 18h). Já os shopping centers poderão funcionar de segunda a sábado, entre 10h e 21h (hoje, o horário permitido é entre 12h e 21h).

*Estagiária sob supervisão do subeditor Marcílio de Moraes


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