Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Coronavírus muda cenário da festa de Imaculada Conceição de Nossa Senhora

A festa de Imaculada Conceição de Nossa Senhora, comemorada nesta terça-feira (8/12), teve um cenário diferente no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, situado no bairro Lagoinha, Região Noroeste de Belo Horizonte.





  

O avanço da epidemia do coronavírus exigiu que apenas 90 fiéis pudessem acompanhar cada uma das seis missas celebradas dentro da igreja, mediante agendamento prévio. Para assegurar o distanciamento físico entre as pessoas, metade dos bancos foi isolada de forma intercalada. Além disto, apenas três fiéis podiam ocupar cada banco, de máscara. Na entrada, todos tiveram a temperatura medida.

 

Ligado a Nossa Senhora da Conceição, Herman de Oliveira não se importou de assistir a missa da porta da igreja (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Na porta, poucos ambulantes vendiam velas, quase a mesma quantidade de vendedores que ofereciam guarda-chuvas e capas, já que o tempo estava chuvoso. De acordo com Cristina de Jesus, estudante de 12 anos, o movimento estava muito diferente em relação ao ano passado. Ela chegou por volta das 6h e garante que vendeu 30% menos velas do que em 2019.

Por volta das 11h, uma dúzia de fieis que não puderam entrar no santuário estava acompanhando a missa no adro, já que a porta estava fechada apenas por grades, que permitiam ver o que se passava dentro da igreja.

Desse grupo, a maioria não sabia que era necessário reservar espaço dentro da igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Pobres. Era o caso do aposentado Gleidson Rodrigues da Silva, que acabou sendo acomodado em um espaço com cadeiras ao lado da igreja, onde, junto a umas 30 pessoas, pôde acompanhar a missa pela TV.



Maria e Fernando garantem que chegaram a reservar espaço para a missa das 12h pelo telefone, mas seus nomes não estava na lista (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Os amigos Maria Fabiana da Silva e Fernando Farias Hosken garantem que chegaram a reservar espaço para a missa das 12h pelo telefone, mas seus nomes não estavam na lista. No final, um bom desfecho, e eles foram acomodados mais ao fundo da igreja.

O militar Herman de Oliveira, de 53 anos, não se importou de assistir à missa da porta da igreja. O fato de ter nascido no dia 8 de dezembro ligou a fé de Herman a Nossa Senhora da Conceição, que, segundo o militar, tem o protegido. Ele tentou reservar espaço, mas já estavam esgotados. “Precisamos compreender o momento que estamos vivendo”, afirmou. 

Dom Walmor 

O Arcepispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, celebrou a missa das 12h no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres e explicou que, nesta festa, nos “voltamos para uma verdade da fé cristã católica onde Maria foi concebida sem pecado para mostrar a força e a graça de Deus que rege em nós. Portanto, para reaver em nossos corações a esperança. Deus pode tudo. Nós podemos muitas coisas, mas não podemos tudo. Por isso, esta festa nesse caminho do tempo do advento reacende a esperança no Natal do Senhor e assim firmamos a nossa confiança em Deus para construirmos um mundo novo e melhor.

A respeito da mensagem que passou durante a celebração, dom Walmor disse que estava no Santuário de Nossa Senhora da Conceição dos Pobres “exatamente para olhar àqueles que precisam mais, e a cada um de nós que estamos todos também, de alguma maneira, necessitados. Para poder dar um alento novo em nossos corações e nos colocar de pé, porque temos uma grande luta e nós não podemos desistir. A esperança é nossa força e a nossa luz”.





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