Jornal Estado de Minas

Forçada a comer vidro, mulher pula de carro em movimento para fugir de marido torturador em MG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu inquérito para apurar a tortura física e psicológica de uma mulher de 37 anos pelo marido, um policial militar de 41. O crime ocorreu em Montes Claros, na Região Norte do estado. 





A vítima também relatou aos policiais que pulou de um carro em movimento para fugir do homem após uma sessão brutal de agressões, que incluiria ingestão de cacos de vidro, pisoteamento, murros e cortes pelo corpo (foto: Redes sociais/Reprodução)
A vítima relatou aos policiais que pulou de um carro em movimento para fugir do homem após uma sessão brutal de agressões, que incluiria ingestão de cacos de vidro, pisoteamento, murros e cortes pelo corpo. A violência teria sido motivada por ciúme. 

Segundo o boletim de ocorrência registrado na PM, os ataques tiveram início no fim da manhã de sábado (21), quando o agressor foi buscar a esposa no trabalho dela em Cabeceiras, Zona Rural de Montes Claros. A mulher relata que, ainda dentro de carro, levou murros e teve a cabeça socada contra a janela pelo policial, que acreditava ter sido traído e queria que ela confessasse o nome do amante. 

Levada a um matagal em Cabeceiras, a vítima foi torturada por mais de uma hora pelo PM. Em depoimento concedido na Delegacia de Plantão da Polícia Civil de Montes Claros, ela contou que foi obrigada a inserir cacos de vidro na boca, teve as roupas e as solas dos pés cortadas com pedaços de cerâmica, foi pisoteada, teve os cabelos puxados e levou vários golpes com um osso de boi. 



Fuga

O suspeito então obrigou a esposa entrar no carro e dirigiu rumo à cidade. Quando ele passou em frente ao Hospital Aroldo Tourinho, no Bairro Edgar Pereira, ela conseguiu pular do carro em movimento e correu em direção ao estabelecimento, onde pediu ajuda. 

Fragilizada, a vítima desmaiou. Os médicos e, posteriormente, o Instituto Médico Legal, constataram lesões graves no corpo dela, que foi medicada, submetida a exames e já foi liberada. A mulher solictou uma medida protetiva contra o companheiro que, segundo a PCMG, a espancava desde 2012. 

O agressor foi preso na casa da mãe. Segundo a PM, ele resistiu à prisão e chegou a machucar um dos policiais mobilizados para capturá-lo. 

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