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Estado de Minas GRANDE BH

Contagem realiza primeira captação múltipla de órgãos após a pandemia

Intervenção foi a primeira do ano realizada pelo Hospital Municipal, que em 2019 realizou três procedimentos semelhantes; pelo menos seis pessoas à espera de transplante serão beneficiadas


30/10/2020 15:14 - atualizado 30/10/2020 15:19

Intervenção foi exitosa na remoção de pulmões, coração, rins, pâncreas, fígado e córneas(foto: HMC/Divulgação)
Intervenção foi exitosa na remoção de pulmões, coração, rins, pâncreas, fígado e córneas (foto: HMC/Divulgação)
O Hospital Municipal de Contagem (HMC), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizou nesta sexta-feira (30) a primeira captação de múltiplos órgãos após o início da pandemia de COVID-19

A vítima é um homem de 47 anos, que morreu de hemorragia intracraniana provocada por uma queda. A família autorizou a doação dos órgãos e o procedimento foi realizado nesta manhã pela equipe de extração do MG Transplantes.

Segundo Cláudia Sueli da Rocha, médica responsável técnica e coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT), 'com o gesto solidário da família, de seis a sete pessoas poderão ser beneficiadas'. Rocha esclarece ainda que a captação de órgãos é um processo complexo, que segue várias diretrizes para se concretizar e só se inicia após perda completa e irreversível das funções do encéfalo.

Em 2019, o HMC fez a captação de três doadores de múltiplos órgãos (rins, córneas, fígado, pâncreas) e 13 casos de doações de tecidos oculares. Na captação desta sexta-feira, os médicos puderam retirar pulmões, coração, rins, pâncreas, fígado e córneas para transplantes.

As identidades dos pacientes que receberão os órgãos, assim como suas cidades de origem foram mantidas em sigilo pela equipe médica. Os órgãos serão utilizados em pacientes de acordo com sua posição na lista de espera da Central Estadual de Transplantes.

Procedimento

A captação de órgãos acontece em pacientes com morte encefálica. O primeiro passo é investigar a causa da catástrofe neurológica para que se tenha um diagnóstico preciso do óbito. São feitos exames de imagem e clínicos complementares a esta etapa. O protocolo de morte encefálica é aberto visando seguir critérios para o real diagnóstico.

A doação de órgão é feita mediante autorização por escrita dos familiares. Todas essas atividades são acompanhadas pela CIHDOTT, que repassa constantemente as informações para o MG Transplante. Durante esse processo, a equipe multidisciplinar do CTI permanece assistindo ao paciente para que os órgãos continuem estáveis.

Regularmente são feitas capacitações na unidade para que os colaboradores entendam sobre as etapas e protocolos a serem seguidos nesta atividade que faz parte da assistência a saúde e da atuação ético-legal dos profissionais. O esforço para a captação de órgãos se manteve estável mesmo dentro da gravidade da pandemia da COVID-19, ao contrário do que ocorreu em outros estados, que chegaram a interromper os transplantes.

Dúvidas a respeito da doação de órgãos

A morte cerebral é o mesmo que o coma?
Não, a morte encefálica é muito diferente do coma. No coma, as células cerebrais continuam vivas, executando suas funções vitais; o que ocorre é uma falta de integração entre o indivíduo e tudo o que o rodeia. Na morte encefálica, as células nervosas estão sendo rapidamente destruídas, o que é irreversível.

Após a doação, o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra, realizada com todos os cuidados de reconstituição obrigatórios por lei.

Como me tornar um doador de órgãos?
Você precisa comunicar à família a sua decisão de ser doador, pois ela sempre é consultada no momento da doação.

O que é morte cerebral?
É a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral, que desempenha funções vitais, como o controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoas com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados para doação enquanto ainda há a circulação sanguínea irrigando-os, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente.

Quais os tipos de doadores que existem?
São três. O Doador Vivo é aquele que pode doar medula, rim, parte do fígado e um pulmão. O Doador de Coração Parado pode doar os ossos, as váLvulas, os tecidos e as córneas. Já o Doador em Morte Cerebral pode doar os ossos, as válvulas, os pulmões, os tecidos, as córneas, o fígado, o pâncreas, o coração e os rins.

Quem necessita receber um órgão transplantado?
Pacientes com insuficiência renal, insuficiência hepática, insuficiência cardíaca, insuficiência pancreática, problemas na córnea, pacientes com leucemia.


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