Jornal Estado de Minas

DIA DAS CRIANÇAS

Comércios de bairro lotam para a compra de brinquedos de última hora

Se no Centro de Belo Horizonte e na Savassi o movimento de comércio para o Dia das Crianças não engrenava, nos centros comérciais de bairros a ordem foi atender até o último cliente. E nesses locais mais próximos às residências dos consumidores a procura pelos presentes de última hora foi intensa.



No Bairro Betânia, Região Oeste de Belo Horizonte, os comércios ao longo da Avenida Úrsula Paulino abriram as portas e receberam um bom número de clientes ávidos por brinquedos e guloseimas para os pequenos.

Os comerciantes faziam de tudo para atrair a atenção dos compradores que ainda estavam indecisos pelas ruas. Valia empilhar brinquedos coloridos na porta das lojas, fazer corpo a corpo de vendedores com quem passava na calçada e até uma disputa de quem tinha a música infantil mais chamativa.

Com tanta gente circulando com os filhos de mãos dadas, nos colos e com sacolas cada vez mais cheias, a ordem era ficar aberto até que o movimento terminasse. Andrea da Silva Pereira, gerente da rede Magá, de variedades, comemorou o bom movimento. "Está sendo muito bom para compensar os meses parados por causa da pandemia da COVID-19. O brasileiro tem mesmo esse hábito de comprar tudo de última hora e a gente tem de aproveitar para oferecer a eles o que precisam para que saiam satisfeitos", disse.





De acordo com a gerente, o medo de sair para as ruas e a falta de dinheiro com o desemprego castigaram bastante o setor, mas a esperança gora é grande. "Os pais querem a alegria dos filhos e por isso essa é uma das datas que temos boas vendas". Ela afirma que o que mais sai nesse dia´são os brinquedos. "Meninos geralmente compram patinetes, skates e bicicletas e as meninas têm procurado muito as bonecas e aquelas gelecas slime e os carrinhos de bonecas", conta.

A pequena Jéssica namorava os instrumentos para tocar para os primos (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Percorrendo com os dedos uma fileira comprida de violões coloridos, baterias com temas de desenhos animados e outros instrumentos da vitrine, a pequena Beatriz Vitória da Silva, de 1 ano e sete meses, indicava para a mãe, Jessica da Silva, de 21, e para a avó, Josiane da Silva, de 44, o que queria de Dia das Crianças. "Ela adora instrumentos musicais. Gosta de tocar, de cantar e vai fazer a festa hoje no churrasco de aniversário do avô e depois na casa dos priminhos. Por isso estamos procurando um brinquedo que ela possa tocar e se divertir depois de passar tantos dias mais em casa por causa da doença (COVID-19)", disse Jessica.

Do lado de dentro da loja, entre prateleiras de bonecas de todos os tamanhos e estilos, a contadora Bárbara Cássia de Barros Alves, de 42, tinha dificuldade de acompanhar o ritmo acelerado da filha, Laura Barros, de 5 anos, que corria para ecolher a boneca que mais gostaria de ganhar.



A mãe Bárbara teve pique para acompanhar a filha Laura escolhendo bonecas (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Com uma tiara prateda que ganhou da mãe na cabeça, a menina fez exercer seu poder real de criança neste dia. "Ela está muito animada. Como é Dia das Crianças, acordou já dizendo que seria ela quem iria escolher o almoço, o passeio que iriamos fazer e ainda a boneca que vai ganhar. Vamos levar ela para a casa de uma tia depois para brincar com a priminha. Ainda não tem muito como juntar muita gente por causa do isolamento", disse Bárbara.

Mesmo quem já tinha comprado presentes não resistiu e saiu atrás de balas, confeitos e bolos para adoçar o dia dos pequenos. "Vamos ficar em casa fazendo um churrasco, porque ainda não dá para juntar muita gente. Por isso fui ao supermercado comprar biscoitos recheados, balinhas, bolo e revistinhas para tornar o dia mais divertido", disse a agente de saúde Rosi Lopes Santos, de 47. A filha dela já sabe o que vai fazer.

 

A mãe Rosi comprou doces e revistinhas para a filha Letícia animar seu dia (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
"Vou ler a minha revistinha e conversar pela janela com a minha amiga vizinha, porque a gente ainda não pode se encontrar para brincar", diz  Letícia Lopes dos Santos, de 9 anos. Ela conta que durante o isolamento coloca uma cadeira perto da janela e passa horas conversando com a amiga para matar o tempo.

No Centro de BH, em cntraste, faltou movimento. Os grandes corredores de comércio como a Avenida Afonso Pena e a Amazonas, ruas dos Caetés e Curitiba, se toranaram corredores de portas de aço fechadas lado a lado. As poucas lojas de brinquedos que resolveram abrir estavam vazias. Nos passeios quase não se viam crianças. Um verdadeiro contraste com as lojas dos bairros.