Jornal Estado de Minas

REFLEXOS DA PANDEMIA

Colégio Izabela Hendrix fecha as portas após 116 anos de história

Depois de 116 anos, o Colégio Metodista Izabela Hendrix, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, fecha as portas, se juntando a outros colégios que estão vendo o apagar das luzes durante a pandemia. O anúncio foi divulgado nesta segunda-feira (28), por meio de nota do Instituto Metodista Izabela Hendrix, entidade mantenedora do colégio e do Centro Universitário.




 
O Izabela manterá a partir de agora apenas seu centro universitário, com seus 24 cursos presenciais e 10 a distância. Segundo o comunicado, haverá ampliação de oferta de cursos, "adequando-se às necessidades do mercado". Em 2021, estarão disponíveis mais duas graduações em farmácia e engenharia biomédica. 

No comunicado as pais e alunos, a instituição informou que "nos últimos anos" houve desafios financeiros intensos, comprometendo a sustentabilidade do colégio. "Mudança em gestão, enxugamento de quadro administrativo, medidas não operacionais, aperfeiçoamento de uma proposta pedagógica cada vez mais enriquecedora e atrativa, bem como redução nas mensalidades, não foram suficientes para solução da crise financeira engendrada há quase duas décadas, passando a comprometer processos e outras unidades", diz o texto.
 
A direção agradece aos pais, alunos, docentes e funcionários e diz que "espera retomar, em breve, essa importante parceria, proporcionando uma formação profissional igualmente de qualidade". 





O Centro Universitário tem três unidades – em Belo Horizonte, em Nova Lima e Sabará – e faz parte de uma rede com "mais de 700 universidades e colégios em todos os continentes". 

História 

Fundado em 1904, oferecendo educação exclusiva para mulheres, o Colégio Metodista Izabela Hendrix funcionou no Bairro de Lourdes, na Região centro-Sul de Belo Horizonte, por toda sua trajetória. Depois, ampliou seu universo de alunos e cursos oferecidos.



A escola foi criada há mais de um século com objetivo nobre: afirmar o direito de mulheres brasileiras à plena capacitação para intervir na vida social. Chegou como uma ponte ligando os Estados Unidos a Minas Gerais e, ao longo de décadas, firmou terreno, cresceu sem jamais perder de vista seu maior valor: o vínculo com o social.

Jardim Azul do Imaculada também fecha as portas   

Outro que também encerra as atividades e não abrirá matrículas em 2021 é sua vizinha no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul da capital. O Jardim Azul, o segmento infantil do Colégio Imaculada Conceição, também anunciou o fechamento definitivo.

“Essas escolas são patrimônio histórico de Belo Horizonte e estão encerrando suas atividades. Fico muito preocupada com isso. São colégios grandes, que fazem parte da tradição da capital e que para 2021 não mais terão atendimento aos alunos”, afirma a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis.




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