Em meio à polêmica acerca da volta às aulas presenciais em Minas depois de seis meses, apenas 86 municípios do estado estarão liberados para reabrir as escolas de ensino básico a partir de 5 de outubro, de acordo com a classificação do programa Minas Consciente – criado pelo estado para ajudar na retomada da economia. As cidades em questão se encontram atualmente na onda verde, etapa considerada a de maior segurança na flexibilização das atividades. 

 

 

De acordo com o estado, mesmo os municípios da onda verde que não aderiram ao programa poderão retornar às aulas. A decisão ficará sob responsabilidade de prefeitos, que poderão autorizar o funcionamento das escolas. Nesse sentido, mesmo que esteja na classificação ideal, nem todas as cidades poderão dar o pontapé inicial na atividade.

O governo apontou que Belo Horizonte, que não se incluiu no programa Minas Consciente, poderá autorizar o retorno das instituições de ensino. Mas o prefeito Alexandre Kalil (PSD) publicou uma portaria no Diário Oficial do Município (DOM) afirmando que todas as escolas públicas e particulares terão seus alvarás suspensos por tempo indeterminado e não serão liberadas para abrir as portas. 

Com pouco mais de 200 mil habitantes, Divinópolis, por outro lado, já anunciou que vai seguir o protocolo do governo estadual e liberou o retorno das atividades escolares. De acordo com o município, a presença nas aulas será facultativa. Hoje, os diretores das instituições serão obrigados a apresentar à Vigilância Sanitária um plano de retorno, que contempla regras a serem conduzidas por alunos e professores. A prefeitura também publicou normas gerais, como adoção de turnos escalonados, utilização de barreiras físicas e apresentação dos cartões de vacinação. 

Por outro lado, Caeté, com população de 44 mil pessoas, que também consta na lista divulgada pelo governo, descarta agora o retorno do ano letivo diante dos riscos do contágio do coronavírus. O mesmo caso se aplica a Itapecerica, no Centro-Oeste, que vai aguardar a estabilização dos números para autorizar um retorno mais seguro. 

Atualmente, além das definições por cidade, o governo adota a classificação por microrregiões do estado. Apenas a Norte se encontra na onda verde e, portanto, com autorização para o retorno às aulas. Nesta quinta-feira (24), o estado anunciou que as regiões Centro-Sul, Oeste e Triângulo-Sul caíram no patamar e voltaram à onda amarela, na fase intermediária. A fase inclui a flexibilização de alguns serviços não-essenciais, como salões de beleza, lojas de vestimentas, atividades esportivas e clubes sociais e salões de beleza e estética. Nesse sentido, várias microrregiões já ficariam atrás na corrida para a volta às aulas. 

“Em situações que demandam um pouco mais de cautela, convidamos os gestores municipais para participar das reuniões realizadas rotineiramente nas macrorregiões. O objetivo é entender com mais clareza e orientar de acordo com o cenário que se apresenta na cidade”, explica o secretário de Estado adjunto de Saúde de Minas Gerais, Marcelo Cabral.

 

Na atualização do Minas Consciente, o governo informou que 647 municípios já aderiram ao programa, o que representaria um impacto em mais de 14 milhões de mineiros. Caso a microrregião e a macro, onde a a cidade está inserida, estejam em ondas diferentes do plano, o prefeito pode, de forma justificada, decidir qual onda seguir. Entretanto, a orientação do governo é para que as cidades sempre adotem a postura mais conservadora quanto a essa decisão, optando por aguardar uma semana a mais para avançar uma onda mais segura.