Jornal Estado de Minas

LESTE DE MINAS

Volta às aulas presenciais causa mais uma polêmica em Ipatinga

O carro de som que circulou pelas ruas de Ipatinga no fim de semana com mensagem alertando sobre o interesse da prefeitura no retorno das aulas presenciais continua causando polêmica. A mensagem difundida pelo carro de som foi produzida pela sub-sede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que justificou a divulgação como "feita a partir de sinais do governo municipal", em referência à reunião realizada no mês passado, pela Secretaria Municipal de Educação, para discutir os protocolos da volta às aulas presenciais.




 
A prefeitura reagiu e desmentiu a convocatória para o retorno às aulas presenciais. A secretária municipal de Educação, Eva Sônia, disse que há quase seis meses as aulas presenciais estão suspensas. A paralisação foi feita em 18 de março em função da pandemia do novo coronavírus.

“Paralisamos porque, para nós, a vida vem em primeiro lugar”, disse. Sônia afirma que desde 15 de junho, quando a Secretaria Municipal de Educação (SME) retornou das atividades remotas, não há possibilidade de voltar com as aulas presenciais: “Iremos continuar dessa forma enquanto não for possível”.

Para ela, qualquer posicionamento diferente desse, por parte de quaisquer pessoas, é um "artifício mentiroso". A secretária destacou também que a SME está seguindo todas as normas e todos os protocolos.



“Quero comunicar aos pais e responsáveis, que não temos data definida pra o retorno às aulas presenciais. Estamos nos preparando e elaborando os protocolos. Queremos estar preparados, pensando na segurança dos alunos e funcionários das escolas”, comentou.

Medidas de segurança


A direção do Sind-UTE em Ipatinga informou que é favorável ao retorno das aulas presenciais desde que sejam adotadas as devidas medidas de segurança: “A preocupação da direção sindical é que a retomada das aulas sem as precauções necessárias (adaptações em banheiros e bebedouros nas escolas, áreas de isolamento, treinamento de pessoal, manuseio da merenda escolar, medidas de distanciamento) pode colocar a perder todo o esforço para conter a circulação do novo coronavírus e para controlar a pandemia”.
 
O Sind-UTE também se posicionou contrário a uma discussão feita na SME sobre o modelo híbrido, que seria retornar com as aulas presenciais para os alunos dos anos finais, 6º ao 9º, com atividades presenciais e remotas. 

Sobre a circulação do carro de som com as mensagem, o Sind-UTE disse que, “ao colocar em pauta o debate sobre o retorno às aulas presenciais, o sindicato não quer fazer um debate renhido, antipático, insistente, mentiroso e inverídico. O faz a partir de sinais emitidos pelo governo municipal, embora entenda que o retorno seguro às escolas não seja do interesse apenas do sindicato e da comunidade escolar, mas da própria administração e da cidade como um todo”.