Jornal Estado de Minas

Balanço

''O vírus não sumiu e a vacina não chegou'', alerta o presidente da Fhemig


O presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fábio Baccheretti Vitor, afirmou em coletiva de imprensa nesta quarra-feira, que os números da pandemia do novo coronavírus no estado se mantêm no platô, depois do pico constatado em julho. Segundo ele, um dos indicadores positivos é o nível de ocupação dos leitos que, principalmente em Belo Horizonte e Juiz de Fora, está em tendência de queda. 





Baccheretti alerta, porém, que a doença continua e o vírus segue circulando. "Podemos ter novo um novo aumento nos números se não continuarmos com os cuidados, como manter o distanciamento, usar máscaras e álcool. Sem isso, a queda pode se inverter. O vírus não sumiu e a vacina não chegou. Não vamos enfraquecer quanto à prevenção, achar que já passou. O comportamento do vírus é imprevisível, e juntos podemos mantê-lo controlado."

Até o momento, em Minas, são 238.515 casos confirmados de infecção pelo coronavírus, 28.966 pessoas estão em acompanhamento, 203.614 se recuperaram e o número de mortes chega a 5.935. "Estamos planejando ações em nossa rede de enfrentamento ao problema desde janeiro, a fim de dar uma resposta assistencial à população, seguindo os possíveis casos esperados, quando ainda não se conhecia a pandemia", disse Fábio Baccheretti. 

Mais de 90% dos óbitos estão associados a comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Sobre o perfil dos pacientes, mais da metade são homens. 

Nesses meses, cresceu o número de hospitais associados voltados diretamente ao atendimento ao coronavírus. Do primeiro centro de referência, o Hospital Eduardo de Menezes, o apoio foi expandido, em Belo Horizonte, para o Hospital Júlia Kubitschek, o Hospital Infantil João Paulo II, com assistência pediátrica, além do Hospital João XXIII. "Aumentou o número de hospitais que agora atendem a COVID-19. Também fomos expandindo os leitos conforme o desenvolvimento da curva epidemiológica, com foco nos de terapia intensiva, e sem esquecer da retaguarda para as demais doenças, que continuam", pontuou o presidente da Fhemig. 





No interior de Minas, ele destaca a abertura de 10 novos leitos no Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, 20 leitos no Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora, e outros seis em Barbacena. Também foi inaugurado um ambulatório, na capital, específico para auxílio a profissionais de saúde. Até agora, são 1.285 servidores atendidos, dentre os quais 669 testaram positivo para a COVID-19. 

Sobre o aporte de profissionais para atender ao coronavírus, Fábio frisou que, em muitas situações, é feito um remanejamento entre as unidades da Fhemig para suprir a demanda em cada caso. No momento, estão abertas 14 vagas de chamamento para reposição de déficits de rotina. E o maior gargalo nesse sentido é observado em Barbacena e Patos de Minas, onde há dificuldade de encontrar pessoal capacitado.