Jornal Estado de Minas

DIA DOS PAIS

Com longas filas e pouco distanciamento, shopping reabre as portas no Centro de BH



Depois de mais de quatro meses fechados, os shopping centers da capital mineira voltam a abrir as portas nesta quinta-feira. A reabertura gera ansiedade devido à proximidade do Dia dos Pais. Mas vale ressaltar que as unidades de terapia intensiva (UTIs) de Belo Horizonte continuam no vermelho, mesmo com novo critério de avaliação, que permitiu o novo decreto. Na Rua Rio de Janeiro, onde fica a entrada principal do Shopping Cidade, no hipercentro de BH, uma fila com centenas pessoas começou a se formar antes das 11h. 





Funcionários do shopping fazem a medição para que os clientes respeitem o distanciamento social. No entanto, as normas de segurança não estão sendo respeitadas. A autônoma Raquel Nara, de 33 anos, conta que chegou cedo para ir até à agência da Caixa Econômica Federal. "Vim para renegociar dívidas. Não consigo resolver ela internet. Mas, isso aqui está uma bagunça. Começaram a marcar o chão não tem nem 10 minutos. Eles deveriam ter se organizado. Muitos idosos estão aqui desde cedo" disse ela, contrária a reabertura dos shoppings. As três entradas estão abertas. A medição de temperatura é feita na entrada que se iniciou um pouco depois de 12h. Fiscais da prefeitura acompanham a reabertura. 

Muita gente não respeitou o distanciamento e se aglomerou (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) autorizou a reabertura das atividades econômicas contempladas na Fase 1 a partir desta quinta-feira, 6. O anúncio foi feito na terça-feira, durante coletiva à imprensa, após o Comitê de Enfrentamento à COVID-19 confirmar a tendência de queda na velocidade de transmissão, com impacto direto na ocupação de leitos para a COVID-19. Os shopping centers, centros de comércio e galerias de lojas poderão abrir foram inseridos na fase 1. Os estabelecimentos estão fechados desde 18 de março, quando o prefeito decretou o fechamento de todos os comércios não essenciais.  As praças de alimentação funcionarão somente por delivery ou retirada, sem consumo no local.  

O operador de construção Alvares Mendes Pereira, de 32, foi um dos primeiros a chegar. "Está muito cheio. Shopping deveria ter se organizado melhor. Vim aqui porque as Caixas estavan muito cheias. Não esperava que seria aqui também", disse. A fila que se aglomerou na porta demorou 14 minutos para acabar desde a abertura.

Funcionários fizeram marcações, mas clientes reclamaram que eles demoraram (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


A pedagoga Ana Paula Olegário, de 32, foi ao shopping para comprar um calçado. "Tem lojas muito cheias. Na loja em que eu fui, as as vendedoras quase não estavam dando conta. A Americanas também estava muito cheia. Eu acho bom abrir, mas fico com medo do aumento do número de casos", disse. Ela ressaltou que não percebeu controle de entrada nas lojas, mas todas estavam equipadas com álcool em gel.





Atividades autorizadas na Fase 1 em funcionamento no interior de shopping centers. A primeira fase é dividida em duas partes. A primeira delas começa hoje e vai até domingo entre 12h e 20h. A segunda fase ocorrerá a partir do dia 10 com horários entre 12h e 20h.  

Aferição de temperatura para entrar no shopping pela portaria da Rua Rio de Janeiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


De acordo com a administração municipal, a população é agente fundamental para evolução da reabertura das atividades, pois todas as medidas de segurança e higiene já recomendadas devem continuar sendo adotadas para que os indicadores permaneçam estáveis. Regras como distanciamento social, uso correto de máscara; evitar aglomeração e conversas nos transportes e espaços coletivos são algumas dessas medidas. Os especialistas alertam que as pessoas só devem sair de casa se necessário. Mas, para isso, uma série de medidas de seguranças foram propostas pela PBH.

Shopings centers, centros de comércio e galerias de lojas


  • Aferir a temperatura e higienizar as mãos, com álcool 70% ou produto similar/superior com comprovada eficácia de higienização, de todos que entrarem nos shopping centers, centros de comércio e galerias de lojas, inclusive funcionários

  • Dentro de cada loja, limitar a capacidade de pessoas, incluindo funcionários, equivalente à lifmitação aplicada a lojas do mesmo segmento independente da localização

  • Limitar a capacidade total do shopping a uma pessoa a cada 7 metros quadrados de área comum de circulação interna, incluindo funcionários, não sendo contabilizadas áreas de lazer e de estacionamento

  • Realizar controle de entrada e saída para assegurar a limitação de capacidade de pessoas ao mesmo tempo no local

  • Limitar a utilização de escadas e esteiras rolantes com marcação de espaço respeitando o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas

  • Vedar o fornecimento/locação de carrinhos de bebês e/ou crianças e semelhantes

  • Reduzir a área de estacionamento, deixando uma vaga livre entre cada veículo
Em nota, o Shopping Cidade informou que foram tomadas medidas como uso obrigatório de máscara por todos, medição de temperatura antes da entrada dos clientes e colaboradores no shopping, marcação de distanciamento nos corredores do mall, escadas rolantes, elevadores e praças de alimentação, dispensers de álcool em gel, além de protocolo reforçado de limpeza e cartilhas com medidas a serem seguidas pelos lojistas, de acordo com o ramo de atuação. Os colaboradores internos do shopping também receberam vídeos de treinamento, manual de segurança e boas práticas.
 
Confira na íntegra o comunicado do Shopping Cidade: 
 
" A reabertura do Shopping Cidade nesta quinta-feira, 06/08, seguiu todos os protocolos de segurança e boas práticas elaborados pela Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers) e validados pelo Hospital Mater Dei, além de obedecerem a todas as normas sanitárias da Prefeitura de Belo Horizonte.





Foram tomadas medidas como uso obrigatório de máscara por todos, medição de temperatura antes da entrada dos clientes e colaboradores no shopping, marcação de distanciamento nos corredores do mall, escadas rolantes, elevadores e praças de alimentação, dispensers de álcool em gel, além de protocolo reforçado de limpeza e cartilhas com medidas a serem seguidas pelos lojistas, de acordo com o ramo de atuação. Os colaboradores internos do shopping também receberam vídeos de treinamento, manual de segurança e boas práticas.

Além disso, o Shopping Cidade contratou o Dr. Mozar de Castro Neto, médico clínico e infectologista com vários anos de atuação, Superintendente Técnico do Hospital da Baleia e Vice-presidente da Fundação Benjamim Guimarães, que está orientendo todas as medidas a serem implementadas. O mall também conta com assessoria completa da empresa Biocentro, de Medicina e Segurança do trabalho. 

A capacidade de pessoas que poderão permanecer dentro do shopping ao mesmo tempo foi reduzida, de acordo com as diretrizes da PBH. Os clientes terão que entrar um de cada vez, após a medição da temperatura e respeitar as marcações no piso do mall para manter o devido distanciamento. O Shopping Cidade possui um sistema de câmeras que possibilita a contagem do fluxo de pessoas, pelo qual consegue identificar o número de clientes que entrou, quantos saíram e quantos permanecem no mall. As praças de alimentação estão funcionando exclusivamente para delivery ou retire aqui.

O Shopping Cidade orienta seus clientes a evitarem aglomerações do lado de fora do mall e no seu entorno e reforça o pedido para que todos sigam os protocolos de combate ao novo coronavírus, como as demarcações de distanciamento e uso de máscaras na fila de entrada, assim como no interior do centro de compras.





Além da reabertura das lojas físicas, o Shopping Cidade dispõe de outros formatos de compras, como drive thru, delivery, retire aqui e venda pelo whatsapp das lojas, disponível pelas redes sociais do mall, para atender a todos da melhor forma e com toda a segurança exigida pelo momento.

Atualmente, o Shopping Cidade possui 170 operações, entre lojas e quiosques."
 

Leitos de UTI

Os leitos de terapia intensiva para COVID-19 permanecem com ocupação acima dos 70% em Belo Horizonte, mesmo com a mudança do critério adotada pela prefeitura. De acordo com o balanço divulgado na noite desSa quarta-feira (5), 79% das UTIs estão em uso, considerando na conta, a partir de agora, também as unidades dos hospitais privados.  

Antes, o indicador da prefeitura considerava apenas a saúde pública. A justificativa apresentada pelo Executivo municipal nessa terça (4) foi de que 48,2% da população da capital mineira tem acesso a planos de saúde, conforme a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Com uso de 568 das 715 UTIs em todos os hospitais localizados em Belo Horizonte, a cidade continua na chamada zona vermelha, a última da escala de risco. Restam 147 unidades. (Com informações de Gabriel Ronan)