Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Abrigo para idosos em Unaí tem 83 casos de COVID-19; sete residentes morreram



ATUALIZAÇÃO: no momento da publicação desta matéria, a informação repassada pelo Abrigo Frei Anselmo era de que havia 84 casos confirmados na instituição, sendo os dois últimos de um idoso e um funcionário. Mais tarde, uma fonte afirmou à reportagem que o número era menor, 83. Por meio de uma nova nota oficial redigida em 29 de julho, o abrigo corrigiu a informação, afirmando que há 83 registros.





Um abrigo para idosos de Unaí, Região Noroeste de Minas Gerais, já contabiliza 83 casos de COVID-19. Entre as vítimas estão moradores e funcionários. Até ontem, sete idosos haviam morrido após a infecção pelo coronavírus. Segundo o balanço da Secretaria de Estado de Saúde, o município tem 967 casos e 10 óbitos confirmados. 

Segundo a nota enviada ao Estado de Minas pelo Abrigo Frei Anselmo, da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), nessa terça-feira, desde o início da pandemia a instituição vem tomando todos os cuidados para a prevenção recomentados pelas autoridades de saúde, como disponibilização de álcool gel e equipamentos de proteção individual (EPIs), suspensão das visitas e treinamento dos funcionários. A entidade contava com 103 assistidos.
 
A suspeita é de que o coronavírus tenha chegado ao abrigo em junho. Conforme a nota, uma residente passou mais de 10 dias internada no Hospital Municipal de Unaí com ascite (acúmulo de líquido no interior do abdômen). Acompanhantes e equipe técnica eram trocados a cada 12 horas. 





No mesmo quarto, estava outra idosa do município que testou positivo para COVID-19. No entanto, quando o diagnóstico foi confirmado, ela havia passado vários dias no mesmo ambiente que a moradora do abrigo e os funcionários que a acompanhavam. “Há suspeita que nosso primeiro colaborador contaminado foi proveniente desse relato acima, pois no dia 18/06 o técnico de enfermagem começou a ter sintomas gripais e logo foi afastado, foi testado positivo no dia 29 de junho”, diz a nota. A idosa internada morreu com diagnóstico de ascite e pielonefrite crônica (inflamação dos rins), com teste negativo para COVID-19. 

Conforme a diretoria do Abrigo Frei Anselmo, depois desse primeiro funcionário testar positivo, outros colegas e idosos começaram a apresentar sintomas, o que acabou em uma contaminação comunitária. 

Exames


Em 16 e 17 de julho, foram realizados exames de swab naso e otofaríngeo nessas pessoas, com resultados no dia 25. Antes disso, no dia 20, foi realizado um mutirão de atendimento médico para avaliar os idosos. Foram feitos testes rápidos que apresentaram alterações na auscultação pulmonar. “Após esses exames, tivemos 65 idosos testados positivo para COVID-19 e 35 idosos testados negativo; 17 funcionários testados positivo e 35 negativos”. 





A nota foi elaborada pela instituição nessa segunda-feira. Hoje, o abrigo informou ao EM que mais um funcionário e um idoso também tiveram diagnóstico positivo, chegando a 84 casos. Até o momento, morreram sete residentes, sendo quatro homens e três mulheres. Há quatro idosos internados no Hospital Municipal de Unaí e uma idosa em estado grave na UTI do Hospital Santa Mônica, no mesmo município. 

Conforme informações levantadas junto a uma fonte, o primeiro óbito causado pela COVID-19 no abrigo foi de um idoso, ocorrido em 18 de julho. O último foi de um interno, 39 anos, com síndrome de Down, registrado sábado. As sete pessoas tinham comorbidades como doença cardíaca, diabetes e hipertensão.

“Cabe ressaltar que os colaboradores foram afastados imediatamente após apresentarem síndromes gripais ou após testarem positivo assintomático. Foi criada uma ala de isolamento para prestar cuidados aos idosos com COVID dentro na instituição”, diz a nota, complementando que quem precisa de internação é levado ao hospital público da cidade. 





“Aos familiares e amigos dos 98 idosos do Abrigo Frei Anselmo, afirmamos que nossa luta será ainda maior na prevenção do COVID-19, razão pela qual pedimos orações, que neste momento precisamos de muita força na manutenção de nosso trabalho que, historicamente, é reconhecido pela comunidade. Colocamo-nos a disposição para quaisquer esclarecimentos, pautados na verdade e seriedade, bem como no compromisso com toda a sociedade que sempre está do nosso lado nos ajudando”, finaliza a instituição. 

Já encontrada em 93% dos 853 municípios e Minas Gerais, a COVID-19 chegou a 116.645 casos e 2.551 óbitos, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de hoje.