Jornal Estado de Minas

Recorde

Aglomerado da Serra alcança a marca de 100 dias sem assassinatos

Cem dias sem homicídios. Essa é, segundo a Polícia Militar, uma marca histórica no Aglomerado da Serra, maior favela urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Até o momento, em 2020, apenas um homicídio foi registrado no local.



Segundo o comandante do 22º BPM, tenente-coronel Fábio Almeida, responsável pela área, muito da redução da criminalidade pode ser atribuída à restrição da circulação de pessoas por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas, segundo ele, há também um trabalho da PM com a comunidade.

A marca é a melhor dos últimos 27 anos, desde que foi criado o 22º BPM.

Segundo o comandante, existe uma diferença entre o crime contra o patrimônio e o crime contra a vida: “No caso de roubos, furtos e assalto, mais especificamente nesse último, houve uma redução muito grande de pessoas circulando, o que diminuiu a oportunidade do ladrão”.

Mas o homicídio, segundo ele, tem outra motivação: “Os motivos para um assassinato são passionais, disputa de território ou rixas. Isso continua a existir. Nesse instante, foram muitas as saídas da cadeia, por conta da COVID-19. Muitas vezes, esse homem encontra um desafeto, e isso pode ser suficiente para que cheguem às vias de fato, à morte".





O tenente-coronel diz que, nesse caso, houve uma evolução do serviço preventivo, que aliado ao serviço de inteligência da PM possibilitou a redução da criminalidade. ”O último homicídio foi registrado em 12 de abril. De lá para cá, em suas ações periódicas, a PM conseguiu prender, em flagrante, 118 autores de delitos, além de 22 menores, 11 foragidos foram recapturados e 28 armas foram apreendidas, só no Aglomerado da Serra", diz.

 

Ele informa também que, no combate às drogas, foram apreendidos 5.984 pinos de cocaína, 8.718 barras, buchas e porções de maconha; além de oito veículos roubados terem sido recuperados.

A orientação, segundo o comandante, é aliada à Operação Êxodus, que é desencadeada nos finais de semana, reunindo guarnições do Gepar e do Tático Móvel, em atividades preventivas e de repressão qualificada.

“É fundamental o apoio das Unidades especializadas do Comando de Policiamento Especializado e a parceria com o Ministério Público e o Poder Judiciário, além da prisão sistemática dos principais infratores. Estas foram algumas das estratégias que culminaram na relevante marca histórica”, afirma Fábio Almeida.