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Estado de Minas COVID-19

Medo de contágio pelo coronavírus ronda voos internacionais

Aglomeração nos aeroportos, com longas filas, e desrespeito às regulamentações aumentam o perigo


19/07/2020 04:00 - atualizado 19/07/2020 07:14

Falta de distanciamento nas filas de embarque aumenta o risco de contaminação nos aeroportos(foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)
Falta de distanciamento nas filas de embarque aumenta o risco de contaminação nos aeroportos (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press)

As cenas de ônibus lotados nos horários de pico, falta de afastamento nas filas de embarque e até mesmo motoristas sendo vistos sem máscaras mostram o perigo que se tornou a viagem pelo transporte público de Belo Horizonte durante a pandemia da COVID-19.

O comportamento inadequado e a recusa dos passageiros em seguir instruções sanitárias, principalmente de distanciamento, ocorre também entre os passageiros de dois dos maiores aeroportos internacionais do Brasil, de Guaulhos (SP) e Confins, conforme apurou a reportagem do Estado de Minas.

Situação que não deixa de ser agravada pela necessidade de as companhias aéreas reduzirem recursos com a demanda por voos tendo despencado após a pandemia. Só em Confins, a administradora BH Airport calcula que o fluxo mensal caiu de 30 mil passageiros para mil.

No trajeto de BH a Londres, a reportagem registrou várias situações de potencial risco de contágio e precariedade.

A começar pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, que do estacionamento ao saguão principal parece uma estrutura fantasma, com guichês vazios, lojas fechadas e restaurantes com cadeiras sobre as mesas.

Os totens de check-in estão desativados, com instruções para as pessoas usarem os smartphones para a leitura de códigos QR na realização on-line de check-in. Muitos idosos acabam se confundindo com essa tecnologia, demandando um apoio constante dos atendentes.

Apenas uma esteira de raios-X funciona e as demais foram desligadas pela falta de demanda. Contudo, isso causa afunilamento dos poucos passageiros em um grupo aglutinado e compactado que traz justamente risco de contágio pelo novo coronavírus.

Na conferência de bagagens, mais problemas, já que as ordens e comandos dos operadores de fiscalização são abafados pela utilização de máscaras.

No embarque doméstico, praticamente todas as lojas estão fechadas, tendo apenas um setor com uma lanchonete para matar a fome do viajante. Funcionam apenas duas lojas de produtos eletrônicos para viagem, como cabos USB e fones de ouvido, uma de quitutes típicos de Minas e uma outra de óculos escuros.

Todas as companhias aéreas disputam o curto espaço de intervalo entre suas mensagens pelo sistema de autofalantes para avisar que estão com alta ocupação e pedir que as pessoas que têm mais de uma bagagem de mão, mesmo dentro do padrão, possam colaborar e despachar os volumes, porque não há lugar na aeronave.

Mesmo insistindo que o despacho é sem custos, poucos aderem. Para ser mais convincentes, fazem pressão dizendo que travesseiros, pastas de notebooks e sacolas de itens comprados no aeroporto também vão contar como volume extra.

De Confins para Guarulhos, muitos passageiros são convencidos a despachar, restando aos demais terem de acomodar a bagagem sob o banco da frente. Quem faz conexão internacional tem prioridade para manter a bagagem de mão consigo, pois as companhias aéreas internacionais cobram o serviço de envio pelo compartimento de carga.

As filas de embarque ainda são longas e de pouco espaçamento, apesar dos constantes avisos. Na fileira do embarque doméstico da Gol, para entrar no portão de acesso à aeronave é o próprio passageiro quem deve realizar a leitura do código QR de sua passagem para evitar qualquer contato com a equipe da companhia aérea.

Os voos também têm atrasado, segundo as equipes de embarque das companhias, porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa realizar a checagem da higienização da aeronave antes de liberar o embarque.

DURANTE OS VOOS

Os primeiros a embarcar são, como sempre, os passageiros diferenciados, com programas especiais e vantagens, mas depois vêm todos os da parte traseira e só então os da dianteira, para não criar tumultos nos corredores.

Alguns passageiros, a maioria idosos, usam além das máscaras os escudos faciais feitos de polímero, os face shields, bem como luvas. É perceptível a tentativa das companhias de tentar intercalar assentos ocupados com vazios para melhorar o distanciamento, ainda que isso reduza mais o faturamento com ocupação de lugares.

Não se entrega mais lanches durante os voos curtos, sendo esses depois dados em sacolas higienizadas aos passageiros ao deixarem a aeronave.

O desembarque para ser organizado e sem tumultos dentro do avião da Gol é anunciado pelo sistema de som, frisando que seguirá uma chamada por divisão de fileiras, do início da aeronave para os assentos mais ao fundo, com os demais passageiros aguardando sua vez sentados.

Mas, assim que o avião para de taxiar, vários passageiros abrem os compartimentos de bagagem para retirar suas malas. Repetidos pedidos para que se sentem são desobedecidos. Muitos também não respeitam as ordens para esperar sua vez.

Em Guarulhos, alguns restaurantes já permitem a entrada de clientes, que precisam se sentar intercalados, mas o uso da máscara já não e necessário no interior dos estabelecimentos.

Dentro do avião da Latam para Londres, o frio é intenso, mas não há cobertores para todos. De acordo com a aeromoça, não se oferece mais por questão de higiene e de custos. Só foram embarcados, segundo ela, o suficiente para idosos e crianças. Quem não levou agasalhos suficientes teve de conviver com mãos geladas, pernas arrepiadas e a garganta fria.

Uma senhora que sentia muito frio e até batia o queixo pediu auxílio. “Não temos mais cobertores. O que podemos fazer é a senhora sair do assento da janela, onde fica a saída do ar-condicionado, e se sentar mais próxima do corredor”, disse a aeromoça.


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