Jornal Estado de Minas

QUEIMADAS

PM de Alpinópolis se antecipa ao Governo Federal e faz campanha contra queimadas

Antes mesmo de o Governo Federal, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), por meio do 3º pelotão da cidade de Alpinópolis, lançou, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (16), uma campanha de combate a queimadas nas áreas urbana e rural. A campanha pede a colaboração da população e alerta sobre os riscos de queimadas, visando inibir essa prática delituosa.



No âmbito federal, com o intuito de reduzir os incêndios em todo o país no período de seca, o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, antecipou a publicação de decreto que proíbe as queimadas no território nacional.

No ano passado, a decreto foi publicado no fim de agosto e tinha duração de 60 dias. Neste ano, a medida decretada nesta quinta vale por 120 dias, o dobro do tempo de 2019.

O início da campanha, segundo o cabo Juliano Pereira de Souza, que comanda a área, ocorreu com o lançamento de um vídeo, elaborado por integrantes do 3º Pelotão de Alpinópolis, em que os militares pedem apoio e colaboração da população em relação a queimadas na área urbana e rural
 
 

Em 2019, militares e funcionários da Prefeitura de Alpinópolis tiveram muito trabalho em relação a queimadas. Segundo o cabo Juliano, por diversas vezes os policiais estiveram em risco, em residências e em propriedades rurais atingidas por incêndios. Muitas vezes, incineraram lavouras de café, produto comum na região.



Média de incêndios


O aumento das queimadas na região de Alpinópolis seguiu a média estadual. De janeiro a julho do ano de 2019, o Corpo de Bombeiros registrou 8.928 incêndios em vegetação. Foram 2.122 ocorrências a mais de queimadas em comparação com o mesmo período de 2018, crescimento de 31,2%.

Preocupada com essa elevação de registros, a PM resolveu realizar a campanha de conscientização em relação às queimadas e a denunciar possíveis autores.

É importante, segundo ele, conter o foco em seu inicio: “Muitas vezes populares presenciam o início de um foco, que com um simples gesto poderia controlar uma catástrofe ambiental e evitar colocar em risco a vida de terceiros. Pedimos que nesse caso, de um pequeno foco, que a população nos comunique, ajudando a evitar a propagação das chamas. Além disso, em caso que o fogo coloque em risco a integridade física de pessoas, o mais prudente é não se arriscar e acionar os órgãos competentes”.



Em Alpinópolis, a prefeitura tem caminhão pipa destinado ao trabalho de combate a incêndios, que funciona de maneira preventiva, uma vez que o Corpo de Bombeiros mais próximo é a 2ª Companhia Operacional, que pertence à 1ª Companhia Independente, que está sediada em Passos, a 46 quilômetros.

“Pedimos apoio à população, que nos ajude a evitar esses focos de incêndio, pois ano passado tivemos grandes problemas com queimadas e muitas vezes colocou em risco residências e animais da fauna”, diz o motorista do caminhão pipa, Mateus Nonato.

O cabo Juliano lembra que “a queimada sem licença do órgão ambiental é tida como incêndio criminoso e é punida pela Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) com pena de um a quatro anos de reclusão”.

Segundo ele, antes de fazer uma queimada, o produtor rural deve providenciar uma licença no órgão ambiental de sua cidade. “Pode ser até o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar Ambiental”.