Jornal Estado de Minas

BELO HORIZONTE

Kalil diz que 'parasitas do vírus' não o afetam: 'Pessoal nojento'

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)
Em tom de desabafo, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a demonstrar descontentamento com as críticas que tem sofrido por manter o fechamento do comércio considerado não essencial em Belo Horizonte como forma de conter o avanço da COVID-19. Em transmissão ao vivo nesta segunda-feira (13), o chefe do Executivo municipal atacou a quem chamou de “parasitas do vírus”.



“Críticas e parasitas do vírus, este pessoal nojento que fica se aproveitando de mortos e de situações dramáticas, isso não me afeta. O que me afeta é morte. Todos os que morreram nesta cidade, os 270 que morreram nesses meses, morreram cuidados, com especialistas, com médicos, com intensivistas, com fisioterapeutas, com toda a rede que é necessária para cuidar de um cardiopata, de um diabético, de um cara que tem pressão alta”, disse.

Kalil tem sido alvo de protestos de parte do empresariado belo-horizontino desde o começo do enfrentamento à pandemia, na segunda metade de março. O prefeito voltou a comentar o tema e repetiu que não se deixará levar pela pressão para reabrir a cidade, especialmente em um momento de maior avanço do coronavírus.

“Quando você perde um filho, quando você perde um irmão, um pai, uma mãe, por pressão, incompetência ou desleixo, é uma coisa que não é possível que todos não fiquem indignados. Volto humildemente a pedir desculpa para vocês e dizer que não adianta a pressão. Nossos números já estão melhorando. E vão melhorar”, pontuou Kalil.



“Eu não fui eleito para agradar ninguém. Fui eleito para cuidar da população. Ninguém sabe o que estou passando, ninguém tem ideia do que eu estou passando. Agora, tem uma coisa que não vou levar para a minha vida, para as minhas costas, que é morte. E a morte está cada vez mais perto. O doente agora é seu vizinho, seu amigo, é o conhecido do seu conhecido. E ela está chegando muito próxima da gente”, completou.

Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta segunda pela PBH, a capital registra 10.618 casos confirmados de COVID-19, dos quais 270 resultaram em mortes.